Secretaria de Saúde apresenta justificativas para explicar superlotação da UPA Padre Roberto

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A Secretaria Municipal de Saúde (Semusa) de Divinópolis, através de nota oficial, explicou as razões da permanente superlotação da UPA Padre Roberto, a maior unidade de urgência e emergência da região. De acordo com a Semusa, a superlotação tem sido provocada, em grande parte, pela recusa de pacientes em serem transferidos para outras cidades. A nota afirma que essa situação vem ocorrendo “tanto para vagas de enfermaria como de UTI. Tal fato tem ocorrido com frequência e tem trazido consequências graves ao acesso dos pacientes, em tempo hábil, a um leito hospitalar”.

A Semusa explica que “(sic)…essa recusa de vaga ocorre quando pacientes têm sua vaga disponibilizada pela Central de Regulação de Leitos em determinado hospital, fora do município de Divinópolis, que detém recursos para atender a complexidade que aquele caso exige. A recusa é feita de forma voluntária, geralmente pelo acompanhante ou familiar do paciente, seja por um contexto social ou por exigência do mesmo em permanecer internado em um hospital do seu próprio município”.

Segundo a Semusa, quando o paciente recusa a transferência ele “permanece ocupando um leito na UPA, restringindo o acesso de outro usuário que poderia estar ocupando aquele mesmo leito, ficando esse paciente alocado em um leito na Unidade de Urgência e Emergência por mais de 24 horas, o que por regra, não deveria acontecer”.

PRSTAÇÃO DE CONTAS

De acordo com a Semusa, apenas no mês de julho, 23 pacientes recusaram transferência para hospitais de outros municípios que dispõem de serviços de alta complexidade, leitos de UTI e de enfermaria, em cidades como Luz, Lagoa da Prata, Bom Despacho, Formiga, Campo Belo, entre outras. Entretanto, esse número de pacientes que permanece internado na UPA por mais de 24 horas está dentro da média histórica da unidade e pela primeira vez o argumento é usado para justificar a superlotação da unidade.

De acordo com a última prestação de contas da Semusa feita em audiência pública na Câmara Municipal em maio, nos primeiros quatro meses de 2022, dos 33.524 pacientes atendidos no período, 92 ficaram internados por até cinco dias, o que corresponde há apenas 0,27% do total e uma média mensal de 23 pacientes, mesma quantidade verificada no mês de julho. Já outros 341 pacientes ficaram internados na UPA por mais de seis dias de janeiro a abril, o que corresponde a 9,05%, com média mensal de 85 pacientes.

A Semusa disse que esta situação é o principal fator que contribui para “a alta ocupação da UPA Divinópolis, impactando de forma negativa na prestação de serviços das equipes de enfermagem e médica da unidade”.

A Semusa afirma que tem “acompanhado rotineiramente pelos canais de mídia e redes sociais, pacientes e familiares clamando por vagas em hospitais e, não raro, judicializando a saúde para ter acesso ao tratamento hospitalar demandado”. E classifica como irresponsável a atitude de quem recusa vagas para transferência. “Nesse cenário, onde tantos outros estão na busca de uma internação para si ou para seus familiares, é desconexo e por vezes irresponsável, que a recusa por leitos hospitalares, aconteça”.

Reportagem: Jotha Lee
Comunicação Sintram
Foto: Sintram

 

 


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