Risco de novos deslizamentos eleva para 251 pessoas evacuadas e 162 imóveis desocupados em Conceição do Pará

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Prefeitura da cidade finge normalidade e não comenta o acidente na Mina de Turmalina

A situação em Conceição do Pará continua tensa e a possibilidade de novos deslizamentos de rejeitos da Minas de Turmalina não está descartada. Essa semana, a Jaguar Ming, mineradora responsável pela operação da mina, disse que houve movimentação no topo da pilha de rejeitos, mas não ocorreram novos deslizamentos. A cidade vive sob tensão desde o último sábado, quando houve o rompimento da barragem de sustentação dos rejeitos e uma enorme quantidade de partículas finas de rocha, solo, lama e produtos químicos utilizados na extração de ouro atingiram o povoado de Casquilho de Cima, onde fica a mina.

Em nota divulgada no final da tarde desta quinta-feira (12), a Jaguar Ming disse que as obras de contenção da pilha de rejeitos estão avançando. “A construção do dique de contenção está dentro do cronograma previsto e a base de estrutura está finalizada”, disse a mineradora. Ainda segundo a companhia, foram instalados quatro georradares para monitorar 24 horas eventuais movimentações na pilha de rejeitos. Disse ainda que um quinto equipamento está em fase de instalação.

RISCO IMININENTE

Embora a Jaguar Ming não trate a situação dessa forma, as atitudes tomadas pela companhia nas últimas 48 horas indicam que há risco iminente de novos deslizamentos. O número de pessoas atingidas e imóveis sob risco aumentou em 24 horas. Na quarta–feira, 207 pessoas haviam sido evacuadas do povoado de Casquilho de Cima. Já nesta quinta-feira, esse número saltou para 251 moradores fora de casa. O número de famílias atingidas pulou de 75 para 96 e os imóveis desocupados saltaram para de 120 para 162.

Também aumenta o número de animais resgatados na área da mina. Agora já são 730 animais atingidos. Segundo a Jaguar Ming, 545 foram devolvidos ou levados para locais escolhidos por seus tutores. Outros 126 estão em clínicas veterinárias e 59 permanecem no local, sendo monitorados por equipes especializadas.

A Jaguar Ming não divulga uma previsão de quando a situação voltará ao normal, como também não informa sobre o cumprimento das medidas determinadas pela Justiça, como por exemplo o pagamento imediato de R$ 10 mil por família atingida.

Com a cidade vivendo a tensão permanente pelo risco de novos deslizamentos, além DO grande número de pessoas e animais já atingidos pelo acidente na Mina de Turmalina, chama a atenção o silêncio total da prefeitura de Conceição do Pará. Até agora o Executivo municipal não emitiu nenhuma nota sobre o assunto. A mineradora está dentro do município e deve cumprir leis municipais, além de, em tese, ter que seguir regras definidas pelo Executivo. Entretanto, a Prefeitura finge que a situação é de normalidade, não comenta o grave acidente e não informa se tomou alguma medida.

Reportagem: Jotha Lee
Comunicação Sintram


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