Renovação de 100% na Câmara e eleição de Fernando Andrade consolidam o avanço do Centrão em Bom Despacho

Compartilhe essa reportagem:

PSD faz maioria no Legislativo, ganha o Executivo e comandará a cidade nos próximos quatro anos

Fernando Andrade., eleito prefeito de Bom Despacho, e o vice Luiz Carlos Severiano (Foto: Reprodução)

A Câmara Municipal de Bom Despacho começará a próxima legislatura, no dia 1º de janeiro de 2025, com 100% de renovação. Pela primeira vez na história do município, nenhum vereador em atividade conseguiu a reeleição. Dos nove vereadores em exercício, dois disputaram o cargo de prefeito e foram derrotados, duas vereadoras não concorreram à reeleição e outros cinco foram derrotados nas urnas.

Em nota, a Câmara Municipal afirmou que houve uma “renovação histórica”. Disse ainda que esta é a composição mais jovem do Legislativo da cidade nos últimos 20 anos, com todos os eleitos abaixo dos 40 anos de idade. O que não é exatamente verdade, já que dois vereadores estão acima de 45 anos. Ainda de acordo com a Câmara, “a nova geração de vereadores de Bom Despacho chega com um discurso focado em ampliar as políticas voltadas para a juventude, e projetos que visam aliar desenvolvimento econômico com responsabilidade social e ambiental”.

OS ONVOS VEREADORES

A partir do ano que vem, assumirão seus mandatos os seguintes vereadores:

Rodrigo Costa – Chapola (PSD) – 30 anos – 2.260 votos
Igor Soares (PSB) – 33 anos – 1.329 votos
Elton Gontijo – Eltinho (PRD) – 23 anos – 1.214 votos
Maique Alves – Maique da Educação (PSD) – 36 anos – 1.041 votos
Breno Orleans (União) – 45 anos – 956 votos
João Carlos – João da Lotação (PSB) – 34 anos – 865 votos
João Eduardo (PSD) – 33 anos – 804 votos
José Wilson Júnior – Chibil (PRD) =- 38  anos – 741 votos
Eduardo da Silva – Eduardo Estruturas (Agir) – 47 anos – 772 votos

A média de idade da próxima legislatura é de 35,4 anos. O vereador mais jovem é Elton Gontijo, 23 anos, e o mais idoso, Eduardo da Silva, 47 anos.

Dos atuais vereadores, Aparecida Lúcio – Paré (PRD) –  e Vinicius Pedro (União Brasil), foram derrotados na disputa pela Prefeitura.

Vereadores não reeleitos: Maria Klésia – Keké (Avante) – 911 votos; Marcelo Cesário – Malucão (União) – 622 votos; Marco Antônio – Marquinho (PSB) – 522 votos; Alex Alves – Pastor Alex (PSD) – 791 votos; Eder Tipura (PV) – 148 votos;

As vereadores Sâmara Silva (PSD) e Sildete Souza (Republicanos) não disputaram a eleição.

DOMÍNIO DO CENTRÃO

O voto da direita mais conservadora não é uma novidade em Bom Despacho. Ao longo dos anos, essa tendência não mudou. Embora tenha ocorrido uma renovação de 100% na Câmara, na prática, pelo voto do eleitor, essa renovação foi de apenas 55,5%, já que quatro dos atuais vereadores não disputaram a reeleição para a Câmara. Apenas cinco, dos atuais nove vereadores, foram tirados pelo voto popular.

A mudança de nomes não significa que muda a tendência conservadora da cidade, como também não é nenhuma evolução, como é o discurso da Câmara. Pelo contrário, houve um retrocesso. O Legislativo sai mais fraco, sem a eleição ou reeleição de nenhuma mulher. No atual mandato, pela primeira vez, a Câmara Municipal teve quatro legisladoras. A partir do ano que vem, não terá nenhuma.  

Com a vitória de Fernando Andrade (PSD), que venceu o pleito com apenas 6.630 votos (23,60% da votação válida), o Centrão hoje domina a cidade. Todos os partidos que fizeram vereadores, incluindo o PSD, que elegeu o prefeito, integram o chamado Centrão. No Congresso Nacional, parlamentares não atuam apenas individualmente. Para ter maior influência, eles se unem em grupos e blocos para “jogar” o jogo da política nacional. Um dos grupos mais famosos é o chamado Centrão, formado exclusivamente por partidos de direita, incluindo o PL, de Jair Bolsonaro.

Em Bom Despacho, a tendência indica que os nove vereadores eleitos para a próxima legislatura podem compor a base de apoio ao prefeito eleito Fernando Andrade. O prefeito já sai ganhando, já que seu partido, com três vereadores, será a maior bancada da Câmara a partir do ano que vem. Com isso, os atos do Executivo não terão a necessária fiscalização para garantir transparência no governo.

Reportagem: Jotha Lee
Comunicação Sintram


Compartilhe essa reportagem: