Rede de energia elétrica coloca servidores municipais sob risco no Centro Administrativo de Divinópolis

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O último incêndio na subestação da Prefeitura ocorreu na noite do dia 30 de novembro e mobilizou o Corpo de Bombeiros (Fotos: Diretoria de Comunicação/PMD)

A rede de energia elétrica que abastece o Centro Administrativo, onde trabalham diariamente mais de 500 servidores e por onde transitam centenas de usuários, está sob suspeita. Até que a Prefeitura forneça laudos técnicos independentes e confiáveis, o Sindicato dos Trabalhadores Municipais de Divinópolis e da Região Centro Oeste (Sintram), entende que os usuários do prédio estão sob forte risco.

A preocupação do Sindicato é motivada pela recorrência dos eventos no prédio onde funciona a maior parte dos setores administrativos da Prefeitura. Em 15 dias, foram registrados dois princípios de incêndio. No dia 14 de novembro, um incêndio foi verificado na subestação de energia elétrica, localizada no primeiro andar (subsolo). Segundo a Prefeitura, é uma área restrita que fica permanentemente trancada, não havendo acessos de pessoas não autorizadas.

Embora a Prefeitura tenha tratado a situação como um incidente corriqueiro, o prédio do Centro Administrativo ficou sem energia elétrica e teve que ser evacuado. A energia só foi restabelecida no dia seguinte, após a substituição do transformador da subestação.

A foto mostra o dano provocado no transformador recém-adquirido, no incêndio do último dia 30

Na noite do dia 30 de novembro o fato se repetiu. Novo incêndio foi registrado no mesmo local e atingiu o transformar que havia sido trocado após a primeira ocorrência registrada no dia 14. Mais uma vez o prédio do Centro Administrativo teve que ser evacuado, o fornecimento de energia foi suspenso e para garantir o funcionamento da UPA 24h e dos Centros de Saúde, a Prefeitura teve que usar geradores a combustível.

Em nota divulgada no último dia 1º, a Prefeitura disse que “após apurações iniciais realizadas pela equipe técnica e engenheiros da Prefeitura, foi constatado que o equipamento novo comprado no último dia 14 de novembro apresentou falhas”. A Prefeitura não esclareceu quais foram as falhas, como também não informou quanto pagou por um equipamento que apresentou defeitos em apenas 15 dias de uso. Não foi possível verificar quanto a Prefeitura gastou por um “equipamento novo” que pegou fogo após duas semanas, já que o Portal Transparência está fora do ar desde a semana passada.

SEM RESPOSTA

A Prefeitura está tratando a questão como se fosse algo normal os incêndios em sequência no mesmo local. No dia 16 de novembro, logo após o primeiro incêndio, o Sintram encaminhou ofício ao Executivo cobrando respostas e exigindo segurança aos servidores. No mesmo ofício, o Sindicato pediu, ainda, explicações sobre a recorrente falta de água no Centro Administrativo. Segundo denúncias de servidores, a falta de água é provocada por defeitos na rede hidráulica interno do prédio e não por desabastecimento provocado pela Copasa. Ainda de acordo com os servidores, há dias que não há água nem mesmo para lavar as mãos. A Prefeitura ainda não respondeu ao ofício enviado pelo Sindicato.

Diante da situação recorrente, o Sintram vai protocolar essa semana um ofício junto ao 10º Batalhão do Corpo de Bombeiros, pedindo que a unidade faça uma avaliação técnica da situação do Centro Administrativo e forneça uma cópia do laudo ao sindicato.

“Não é possível que a Prefeitura continue tratando essa questão como algo corriqueiro. É preciso uma posição, com laudo técnico confiável, sobre o que está ocorrendo no Centro Administrativo. Dois incêndios, em um mesmo local, nesse curto espaço de tempo, é muito preocupante e os servidores não podem continuar trabalhando diante de um risco de que algo mais grave venha a acontecer”, declara o presidente do Sintram, Marco Aurélio Gomes.

DESDE 2022

Desde o ano passado, o Sintram vem cobrando o Executivo sobre o sistema de segurança do Centro Administrativo. Em dezembro de 2022, o então vice-presidente do Sindicato, Wellington Silva, fez uma vistoria no local e constatou muitos problemas, entre eles até a falta de mangueiras de combate a incêndio. Na ocasião, ele conversou com os servidores, que apontaram inconsistências no sistema de segurança contra incêndio.

Ainda em dezembro de 2022, após a vistoria, o Sintram enviou ofício ao Secretário de Administração, Thiago Nunes, cobrando providências. Naquela ocasião, a Prefeitura disse que estava modernizando o sistema de segurança do Centro Administrativo e não esclareceu a falta de mangueiras de combate a incêndio.

Reportagem: Jotha Lee
Comunicação Sintram

 

 

 


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