Saiba como foi a participação de Luiz Militão na campanha eleitoral de 2016

O radialista e ex-candidato a prefeito de Divinópolis, Luiz Gonzaga Militão, foi condenado a14 anos de prisão pelo Superior Tribunal Federal (STF) pelos atos golpistas ocorridos em Brasília no dia 8 de janeiro, quando as sedes dos Três Poderes foram quebradas e vandalizadas por apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). O objetivo era derrubar o presidente Lula da Silva (PT), legitimamente eleito pelo voto, através de um golpe de Estado para manter Bolsonaro no poder.
De acordo com a sentença, Militão deverá cumprir 12 anos e meio de reclusão e um ano e meio de detenção, além de 100 dias-multa, no valor de um terço do salário mínimo por dia, o o que em valores atuais corresponde a R$ 50 mil.

Militão ainda foi condenado ao pagamento do valor mínimo indenizatório a título de danos morais coletivos de R$ 30 milhões, a ser dividido de forma solidária pelos demais condenados.
Luiz Militão participou ativamente da quebradeira promovida em Brasilia e chegou a gravar um vídeo, postado em redes sociais, de sua ação entre os golpistas na entrada do Congresso Nacional. No vídeo, Luiz Militão faz o seguinte discurso: “O Brasil sobe a rampa do Congresso. O povo brasileiro assume o primeiro item da nossa Constituição, o poder emana do povo. Viva a liberdade, viva os brasileiros. Venceremos!”.
Segundo a sentença do STF, Luiz Militão foi condenado pelos seguintes crimes:
- Abolição violenta do Estado Democrático de Direito – quatro anos e seis meses de reclusão
- Golpe de Estado – cinco anos de reclusão
- Dano qualificado – um ano e seis meses de detenção e 50 dias-multa
- Deterioração do Patrimônio tombado – 1 ano e 6 meses de reclusão e 50 dias-multa
- Associação criminosa armada – 1 ano e 6 meses de reclusão
O RADIALISTA
Luiz Militão atuou por longo período como comentarista esportivo da Rádio Divinópolis. Fez coberturas esportivas importantes para o rádio esportivo da cidade. Sempre se apresentou como um homem pacato, de boas relações, mas seu envolvimento político também foi muito intenso. Atualmente Luiz Militão trabalha como radialista em uma emissora de Carmo do Cajuru.
O POLÍTICO
Na política, Luiz Militão era filiado ao PSDB e mantinha relações muito próximas com o deputado Domingos Sávio (PL), de quem foi assessor parlamentar, e com o ex-vereador e ex-prefeito Vladimir Azevedo (PSDB). Durante a administração de Vladimir Azevedo, Militão ocupou o cargo de subsecretário Anti-Drogas, cargo que não existe mais na administração de Dininópolis. Após deixar a Prefeitura, Luiz Militão trabalhou como assessor do Deputado Domingos Sávio, à época filiado ao PSDB.
Luiz Gonzaga Militão, que no próximo dia 3 de julho completa 67 anos, foi lançado candidato a prefeito de Divinópolis em 2016. Filiado ao PSDB, ele disputou o pleito em uma coligação que ainda tinha os partidos Solidariedade, PP, PTB, DEM, PRTB, PR e PHS. Militão gastou R$ 254,1 mil na campanha e Domingos Sávio fez uma doação pessoal de R$ 19,5 mil.
A disputa eleitoral em Divinópolis no ano de 2016 foi bastante acirrada, embora o resultado tenha sido largamente favorável a Galileu Machado. Seis candidatos registraram chapas no TRE, porém o candidato do PSOL, Jorge Torquato, teve a candidatura indeferida. Galileu venceu a eleição com 50.443 votos. Já Luiz Militão foi o terceiro colocado e obteve na ocasião 9.341 votos, 8,6% da votação válida.
DIVINOPOLITANOS NO GOLPE
Em janeiro desse ano, o Portal MPA publicou uma relação de 18 divinopolitanos que participaram dos atos golpistas de 8 de janeiro.
- Andrea Maria Maciel Rocha e Machado
- Evandra do Rosario De Souza
- Maria De Lourdes Sousa Grego
- Sirlei Aparecida Alves
- Thayna Mhery Alves De Oliveira
- Antônio Carlos De Sousa
- Edson Gonçalves De Oliveira
- Marcio Rodrigues De Melo
- Renato Rodrigues De Melo
- Vander Alves Dias
Segundo a reportagem, a maioria deles assinou acordos de não persecução penal. Além da multa, os envolvidos estão obrigados a prestar 150 horas de serviço comunitários e não podem manter perfis em redes sociais abertas durante o período de vigência do acordo. Também devem frequentar um curso sobre o funcionamento da democracia oferecido pelo Ministério Público Federal (MPF).
Em abril do ano passado, dois moradores de Divinópolis foram condenados. Odiceia Andrade Campos e Marco Afonso Campo dos Santos, ambos de 61 anos, foram condenados à mesma pena aplicada a Luiz Militão.
Em 6 de novembro. o STF condenou Ezequiel de Oliveira Souza a uma ano de reclusão por Associação Criminosa. A pena, no entanto foi substituída por 225 horas de prestação de serviços à comunidade ou a entidades públicas, 20 dias-multa de meio salário mínimo, além das mesmas sanções aplicadas aos assinantes do acordo de não persecução penal.
Reportagem: Jotha Lee
Sintram Comunicação