Após ter as atividades suspensas no ano passado por causa da pandemia, o Conselho de Ética da Câmara vai retomar os trabalhos com uma pauta prioritária e outras oito remanescentes. Dos nove itens a serem analisados, todos são de representações contra deputados do PSL.
O recordista é o filho do presidente Jair Bolsonaro, Eduardo Bolsonaro (SP), com três processos por quebra de decoro. Um deles, movido pela correligionária Joice Hasselmann (SP) por compartilhar em suas redes sociais ofensas contra a deputada. Os demais, feitos por legendas da oposição, denunciam falas do parlamentar exaltando o período da ditadura e ameaçando instituições. Dois deles ainda não têm parecer, mas estão em andamento.
Na sequência está Daniel Silveira (RJ), preso em flagrante na noite de terça-feira (16) por atacar ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), em vídeo. Este caso, inclusive, será a prioridade do comitê. Porém, consta na pauta ainda, mais um processo movido pelo próprio partido que acusa o deputado de gravar e divulgar uma reunião sigilosa da legenda.
Bibo Nunes (RS) é mais um dos congressistas que responde por um processo do presidente do partido, Luciano Bivar (PE), por ter chamado seus correligionários de “traidores” e “dinheiristas” pelas redes sociais. Também por “ataque à honra” de seus pares, Bivar representa contra Alê Silva (MG), Carlos Jordy (RJ), Filipe Barros (PR) e Carla Zambelli (SP).
O PT representa ainda o deputado Coronel Tadeu (SP), que arrancou de uma exposição na Câmara placas em comemoração ao Dia da Consciência Negra. Após o ato, o parlamentar foi abraçado por Daniel Silveira, que ficou conhecido por quebrar uma placa em homenagem à vereadora Marielle Franco (Psol), assassinada no Rio de Janeiro.
Além destes processos contra deputados do PSL, o Conselho de Ética pode analisar o caso de Flordelis (PSD-RJ), acusada de matar o marido, o pastor Anderson do Carmo. O crime ocorreu na casa da família e teria o envolvimento de alguns dos 55 filhos biológicos e adotivos da parlamentar. No ano passado, ela não foi presa, acusada de participar do assassinato do marido, por ter foro privilegiado. No entanto, a Mesa ainda não encaminhou o processo ao Comitê, que aguarda a chegada da representação para a escolha de um relator.
Fonte: Congresso em Foco