Procurador do Estado diz que ataque a torcedores do Cruzeiro é inadmissível e MP trabalha para identificar os homicidas

Compartilhe essa reportagem:

O ônibus em que estavam os torcedores do Cruzeiro foi totalmente consumido pelo fogo (Foto: PF)

A Mancha Alvi Verde, principal torcida organizada do Palmeiras, negou por meio de uma nota oficial a participação na emboscada contra um ônibus da torcida Máfia Azul, do Cruzeiro, por volta das 5h deste domingo (27). O ataque causou a morte do cruzeirense José Victor de Miranda, de 30 anos, e deixou 20 feridos. Os mineiros foram atacados pelos paulistas na Rodovia Fernão Dias, em Mairiporã, na região metropolitana de São Paulo, quando voltavam de Curitiba, onde o Cruzeiro perdeu para o Athletico Paranaense por 3 a 0 pelo Campeonato Brasileiro no sábado (26). Enquanto isso, o Palmeiras enfrentou o Fortaleza, no Allianz Parque, na capital paulista, e empatou em 2 a 2.

O documento foi divulgado pela torcida do Palmeiras nas redes sociais na manhã desta segunda-feira e nega participação da organizada. “Lamentamos profundamente mais esse triste acontecimento e manifestamos nossa solidariedade e demonstramos nosso consternamento aos familiares da vítima, repudiando com veemência tais atos de violência. Queremos desde já deixar claro que a Mancha Alvi Verde não organizou, participou ou incentivou qualquer ação relacionada a esse incidente. Com mais de 45.000 associados, nossa torcida não pode ser responsabilizada por ações isoladas de cerca de 50 torcedores, que desrespeitam os princípios de respeito e paz que promovemos e defendemos”, diz a nota.

“A Mancha Alvi Verde repudia toda e qualquer forma de violência e reafirma seu comprometimento e compromisso com a segurança e a convivência pacífica entre torcedores. Estamos à disposição das autoridades para colaborar plenamente com as investigações, auxiliando na identificação e punição dos responsáveis por mais esse fatídico e lamentável episódio ocorrido na madrugada desse domingo”, completa o texto.

O QUE ACONTECEU

O corpo do torcedor cruzeirense morto, João Victor de Miranda, chegou a Sete Lagoas, município da região metropolitana de Belo Horizonte, nesta segunda-feira (28), onde foi velado e sepultado. O laudo necroscópico, que apontará a real causa da morte do torcedor, ainda não foi finalizado.

MINISTÉRIO PÚBLICO

O Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público de Mina Gerais segue nesta segunda-feira (28) buscando a identificação de integrantes da Mancha Alvi Verde que teriam participado do ataque ao ônibus da Máfia Azul, com torcedores do Cruzeiro. A Polícia Civil de São Paulo avalia a possibilidade de os torcedores responderem pelos crimes de homicídio, incêndio, associação criminosa e lesão corporal.

“A morte e os ataques a torcedores do Cruzeiro em São Paulo são inadmissíveis. Estamos trabalhando com o MP de São Paulo para identificar os homicidas e puni-los. Futebol é alegria. Esses falsos torcedores são criminosos e não representam a torcida do Palmeiras, de tantas glórias”, disse Jarbas Soares Júnior, procurador-geral de Justiça de Minas e presidente do Conselho Nacional do Ministério Público.

A entrada do Gaeco no caso ocorreu após a determinação do procurador geral de Justiça de São Paulo, Paulo Sérgio de Oliveira e Costa. O magistrado considerou, em nota, que “algumas torcidas organizadas atuam como verdadeiras facções criminosas, justificando a intervenção do Gaeco”.

“O episódio é inaceitável e representa uma grave afronta à segurança pública e à convivência pacífica em nossa sociedade. Em nome do princípio da transparência que o Ministério Público de São Paulo realça o seu firme compromisso de oferecer a resposta adequada às cenas de selvageria registradas”, disse o procurador geral de São Paulo.

Fonte: Agência Brasil


Compartilhe essa reportagem: