A Polícia Federal deflagrou nesta quarta-feira (9/) a Operação Constituição Cidadã, com o objetivo de esclarecer o suposto uso da máquina pública para interferir no processo eleitoral no segundo turno das eleições de 2022 em benefício do candidato Jair Bolsonaro. O ex-diretor da Polícia Rodoviária Federal no governo Bolsonaro, Silvinei Vasques, foi preso.
De acordo com as investigações, integrantes da Polícia Rodoviária Federal teriam direcionado recursos humanos e materiais com o intuito de dificultar o trânsito de eleitores no dia 30 de outubro 2022, quando ocorreu o segundo turno das eleições presidenciais. Essa situação foi verificada especialmente no Nordeste, onde o candidato Lula liderava com folga as pesquisas de intenção de votos.
Os crimes apurados teriam sido planejados desde o início de outubro de 2022, sendo que, no dia do segundo turno, foi realizado patrulhamento ostensivo e direcionado à região Nordeste do país.
Além do mandado de prisão contra Silvinei Vasques, já cumprido, os policiais federais cumprem 10 mandados de busca e apreensão expedidos pelo Supremo Tribunal Federal no Distrito Federal e nos estados de Santa Catarina, Rio Grande do Sul e Rio Grande do Norte.
Os fatos investigados configuram, em tese, os crimes de prevaricação e violência política, previstos no Código Penal Brasileiro, e os crimes de impedir ou embaraçar o exercício do sufrágio e ocultar, sonegar, açambarcar ou recusar no dia da eleição o fornecimento, normalmente a todos, de utilidades, alimentação e meios de transporte, ou conceder exclusividade dos mesmos a determinado partido ou candidato, do Código Eleitoral Brasileiro.
O nome da operação, “Constituição Cidadã” é uma referência à Lei Maior do Brasil, promulgada em 1988, a qual, pela primeira vez na história do país, garantiu a todos os cidadãos o direito ao voto, maior representação da Democracia
SILVINEI VASQUES
Alvo de uma investigação que apura uma suposta interferência no segundo turno das eleições presidenciais de 2022, Silvinei Vasques, declaradamente bolsonarista, foi preso nesta quarta-feira (9) em cumprimento a um mandado de prisão preventiva expedido pelo ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes.
Silvinei chegou à diretoria-geral da Polícia Rodoviária Federal (PRF), cargo responsável pelo comando da corporação, quando o então presidente Jair Bolsonaro deu posse a Anderson Torres como ministro da Justiça, em abril de 2021.
Entenda a seguir o que levou a prisão de Silvanei e quem é o ex-diretor-geral e as polêmicas em que ele esteve envolvido enquanto esteve à frente da PRF:
Quem é Silvinei Vasques? – Paranaense, Silvinei Vasques foi diretor-geral da PRF durante a gestão de Jair Bolsonaro. Ele ingressou na corporação em 1995. Atuou como superintendente da PRF em Santa Catarina e no Rio de Janeiro. Foi também coordenador-geral de operações e secretário de Segurança e Defesa Social de São José, em Santa Catarina.
Silvanei é investigado pelos bloqueios em rodovias federais que ocorreram no segundo turno das eleições presidenciais de 2022, quando ainda ocupava o cargo de diretor-geral da PRF.
Na ocasião, a PRF teria realizado patrulhamento ostensivo no Nordeste do país, região que o então candidato do PT, Luiz Inácio Lula da Silva, liderava nas pesquisas. Segundo as investigações, a suposta interferência teria sido planejada desde o início de outubro com o intuito de dificultar o trânsito de eleitores.
Nas redes sociais, Silvanei possui fotos ao lado de Bolsonaro em eventos do governo com a presença da PRF. Nas legendas, costumava escrever agradecimentos ao governo e ao presidente pelos investimentos na PRF.
Nas eleições de 2022, ele chegou a fazer postagem pedindo votos aos então candidato a reeleição Jair Bolsonaro. A publicação foi apagada horas depois.
Em maio de 2022, as comissões de Direitos Humanos da Polícia Rodoviária Federal foram extintas em uma portaria assinada por Silvanei Vasques. As comissões monitoravam processos disciplinares contra agentes da corporação e realizava orientações sobre o assunto.
Com informações da Polícia Federal