Prefeitura não se posiciona sobre exumação do corpo da menina Thallya que morreu na UPA 24h

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Câmara ignorou pedido de socorro feito por Juliana da Silva Pinto, mãe da criança

No dia 3 de maio, com uma foto da criança exposta no púlpito, a mãe de Thallya, Juliana Pinto, fez um doloroso depoimento na tribuna da Câmara: “Eu quero saber do que a minha filha morreu(Foto: Reprodução/TV Câmara)

O juiz Marlúcio Teixeira de Carvalho, da Vara da Fazenda Pública e Autarquias, autorizou a exumação do corpo de Thallya Beatriz da Silva Pinto Satiro. A criança, de 4 anos, morreu no dia 26 de abril na UPA 24h. A menina passou por vários atendimentos antes de morrer e segundo a Semusa, Thallya Beatriz foi vítima da febre Chikungunya, porém os exames nunca foram apresentados. A exumação do corpo da menina foi um desejo da família, que não concorda com o diagnóstico oficial.

O caso vem se arrastando desde abril. No início de julho, a Prefeitura lavou definitivamente as mãos no caso da morte da menina, ao simplesmente informar que a criança foi a primeira vítima de chikungunya na cidade. A informação foi o desfecho oficial de um caso que comoveu a cidade. A criança morreu no dia 26 de abril após atendimento na UPA 24h em circunstâncias que ainda são muito misteriosas. A Semusa encomendou uma sindicância para apurar as circunstâncias da morte e concluiu que não houve negligência no atendimento. Entretanto, o relatório da Comissão de Sindicância até hoje não foi publicado no Diário Oficial, como deveria ocorrer, para atender ao princípio da transparência e da publicidade.

São muitas as perguntas sem respostas e, apesar de ter confirmado a morte da criança por chikungunya, a Semusa não informou quando o diagnóstico foi concluído, qual o exame permitiu chegar a essa conclusão e porque o exame de sangue realizado na UPA não deu esse resultado. Mais grave, ainda, é o fato de que diante das circunstâncias da morte, não foi feita a autopsia do corpo.

Ainda em julho, a mãe de Thallya, Juliana Silva Pinto, disse que a família exigia a exumação do corpo da criança. “Minha filha já teve cinco diagnósticos diferentes e por isso vamos esperar a exumação. Desta vez, falam que ela morreu por chikungunya. Primeiro, uma crise convulsiva, na sindicância, falaram que era por parada cardiorrespiratória, agora é chikungunya. Como nós vamos acreditar?”, questionou Juliana.

A mãe de Thallya pediu socorro à Câmara, mas foi completamente ignorada pelo Poder Legislativo. Apesar do pronunciamento emocionado que ela fez no dia 3 de maio, nenhum vereador na ocasião teve a dignidade de usar uma palavra sequer de conforto nos seus pronunciamentos. Na Tribuna, ela contou que no dia 24 de abril a menina se queixava de fortes dores em uma das pernas e só conseguiu ser atendida a noite na UPA 24h. Disse que Acrescentou que a médica, responsável pelo atendimento, foi grosseira e afirmou que a criança “não tinha nada”. Ainda segundo Juliana, a médica disse que “se a criança estivesse sentido dores, ela estaria chorando”.

SEMUSA

A Prefeitura se negou a se posicionar hoje sobre a exumação do corpo de Thallya Beatriz. O Portal do Sintram solicitou um posicionamento através da Secretaria Municipal de Saúde e continua aguardando o retorno.

Reportagem: Jotha Lee
Comunicação Sintram


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