Prefeitura espera chegada do período chuvoso para anunciar obras de contenção de goteiras e drenagem na Policlínica

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As fortes chuvas de janeiro mudaram o cenário no Rio Itapecerica, que chegou a transbordar em alguns trechos (Foto: Jotha Lee – 20/01/2022)

O início de 2022 foi marcado em Divinópolis por intensas chuvas, que deixaram dezenas de pessoas desabrigadas, causaram transbordamento em pontos do Rio Itapecerica e escancaram a situação precária de várias unidades de saúde de Divinópolis, em razão das péssimas condições estruturais. Uma dessas unidades que mais sofreram em janeiro foi a Policlínica, uma das principais referências para o sistema de saúde municipal.

No dia 20 de janeiro, após denúncias feitas por servidores, a diretoria do Sindicato dos Trabalhadores Municipais de Divinópolis e Região Centro Oeste (Sintram) fez uma vistoria na Policlínica e constatou diversas irregularidades, além de servidores trabalhando em condições insalubres. Na noite do dia 19, circularam vídeos e um áudio de uma funcionária do Centro de Referência em Reabilitação (CRER), que funciona no complexo da Policlínica, relatando a situação precária em que se encontra o prédio.

Um dos vídeos, feito durante a tempestade que atingiu Divinópolis na tarde do dia 19, era possível ver a água da chuva escorrendo em grande volume pelas paredes do prédio, saindo pelo teto e através do sistema de iluminação, atingindo computadores e demais materiais de trabalho. Os servidores relataram os momentos de pânico que viveram naquele dia, temendo o desabamento do teto da unidade.

Além disso, os servidores detalharam as dificuldades enfrentadas na rotina diária de trabalho na Policlínica. “Não tem papel toalha para a gente higienizar as coisas, para limpar a mão, para enxugar a mão, para limpar os equipamentos, as macas. Nós estamos usando papel higiênico para o nosso dia a dia, quando tem álcool. Tem mês que a gente fica o mês inteiro sem álcool. [A situação] Está bem precário mesmo. Essa é a real situação da Policlínica”, denunciou a servidora através de áudio postado nas redes sociais.

Na vistoria feita na Policlínica em janeiro, diretores do Sintram encontraram baldes espalhados pelas salas para aparar as goteiras (Foto: Pollyanna Martins – 20/01/2022)

Clique aqui e veja o vídeo gravado na Policlínica no dia 19 de janeiro desse ano. Observe a quantidade de água que entra pelo teto, passa pela canalização da iluminação e se espalha por uma das salas da Policlínica.

A diretoria do Sintram esteve na unidade duas vezes no mês de janeiro e após constatar as condições totalmente inadequadas do prédio, pediu soluções imediatas à Prefeitura. Na inspeção feita no dia 20 de janeiro, o sindicato pediu a retirada de todos os servidores do local, devido a situação precária que o prédio se encontrava. O pedido foi negado pela Prefeitura. O Sindicato acionou, então, o Centro de Referência de Saúde do Trabalhador (Cresst) e a Defesa Civil. Após uma negociação intensa, apenas a gerência do raio-x aceitou fazer a realocação dos funcionários, e interditar a sala que era utilizada para a realização dos exames.

OITO MESES DE ATRASO

A precária situação da Policlínica foi denunciada pelo Sintram durante as fortes chuvas do início do ano. Entretanto, somente agora, com oito meses de atraso, a Prefeitura anuncia a realização de processo licitatório “para contratação de empresa especializada na prestação de serviços de engenharia no complexo da Policlínica”. O processo inclui elaboração de projetos de cobertura, estrutura de cobertura e sistema de drenagem de águas pluviais no prédio da Policlínica. Os envelopes serão abertos no próximo dia 30, às 15h. A Prefeitura prevê um custo de pouco mais de R$ 37 mil para a obra.

O período chuvoso já começou e na manhã desta terça-feira choveu com intensidade em Divinópolis (Foto: Jotha Lee – 27/09/2022)

PERÍODO CHUVOSO

A presidente do Conselho Fiscal do Sintram, Lucilândia Monteiro, que esteve na vistoria realizada na Policlínica no dia 20 de janeiro, diz que mais uma vez a administração municipal deixa o servidor em segundo plano. “Estivemos na Policlínica em janeiro e presenciamos a situação de alto risco para os servidores. Denunciamos a situação e a Prefeitura esperou a chegada do tempo chuvoso para iniciar o processo licitatório para as reformas. Quanto tempo isso vai levar? O processo licitatório não se resolve da noite para o dia, é preciso seguir as regras. Por isso, infelizmente essas obras vão demorar e os servidores da Policlínica continuarão trabalhando sobressaltados diante da situação. Infelizmente isso é um desrespeito com os servidores e com todos os usuários da Policlínica”, afirma Lucilândia.

LICITAÇÃO

Após a abertura dos envelopes, marcada para o próximo dia 30, a licitação terá que ser homologada pelo Prefeito. Após a homologação, serão mais 10 dias de prazo para a assinatura do contrato. Esse prazo poderá ser prorrogado por mais 10 dias. A empresa vencedora da licitação terá 60 dias para concluir a obra, a contar da data de emissão da ordem de serviço.

“Infelizmente, diante dos prazos previstos no edital, essa obra não ficará pronta esse ano, pois já estamos a três meses do fim de 2022 e os servidores e os usuários da Policlínica continuarão enfrentando por mais um verão os riscos de uma unidade cuja estrutura não é confiável”, finaliza Lucilândia Monteiro.

Reportagem: Jotha Lee
Comunicação Sintram

 

 

 

 

 


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