Uma doença misteriosa assusta os moradores de Minas Gerais e oito casos suspeitos são investigados pelo Estado. Os pacientes apresentam problemas gastrointestinais – como náuseas, vômitos e dor abdominal –, insuficiência renal aguda e alterações neurológicas – com paralisias e dificuldades na visão.
Seis casos foram em Belo Horizonte, um em Nova Lima e outro em Ubá, no interior do estado. Todos os pacientes são homens, com idade entre 23 e 76 anos. O primeiro caso foi registrado em 19 de dezembro. Um dos pacientes, de 55 anos, morreu terça-feira (7) em Juiz de Fora, onde estava internado.
Exames foram realizados pela Fundação Ezequiel Dias, que abriga o Laboratório Central de Saúde Pública de Minas Gerais, e ainda não há resultados conclusivos. A Secretaria estadual de Saúde informou que uma força-tarefa foi constituída com a Secretaria Municipal de Saúde de Belo Horizonte e o Ministério da Saúde. A primeira reunião foi realizada nessa quarta-feira (8) para alinhar informações e dados colhidos e definir os trabalhos.
CRIME
A Polícia Civil de Minas Gerais está verificando indícios de crime relacionado a doença desconhecida. Até o momento, amostras de bebidas foram encaminhadas ao Instituto de Criminalística para serem examinadas.
A Polícia Civil e a vigilância sanitária estadual informaram, em pronunciamento conjunto na noite desta quinta-feira (9), que perícia em amostras de cerveja encontrou substância tóxica compatível com os quadros clínicos desenvolvidos por oito pessoas (uma delas morreu na terça-feira), todas ligadas ao Bairro Buritis, na Região Oeste de Belo Horizonte. O composto orgânico dietilenoglicol, também conhecido como éter de glicol, usado no processo de refrigeração na indústria de cerveja, foi encontrado em dois lotes do rótulo Belohorizontina, da Cervejaria Backer, que produz o produto artesanalmente.
Por meio de nota, a Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG), informou que, diante do laudo “que comprova a presença de substância tóxica em cerveja consumida por pacientes internados em estado grave, em Belo Horizonte” convocou a força-tarefa envolvida na investigação “para definição dos encaminhamentos médicos, epidemiológicos e da Vigilância Sanitária”.
DIVINÓPOLIS
Em Divinópolis, a Secretaria Municipal de Saúde (Semusa) foi notificada pelo Estado sobre a doença misteriosa nesta quinta-feira (9). Logo após a notificação, a Semusa expediu comunicado oficial. Segundo a nota, “a orientação repassada aos municípios é para que as equipes fiquem atentas caso algum paciente apresente os sintomas”. Em Divinópolis, todas as unidades de saúde estão orientadas sobre o protocolo a ser adotado, segundo informou a Semusa.
Ainda de acordo com nota da Semusa, os dados iniciais mostraram que 100% dos pacientes são do sexo masculino, com idade que varia de 23 a 76 anos. A média de dias entre início dos primeiros sintomas e a internação foi de 2,5 dias. Todos com insuficiência renal aguda de rápida evolução (até 72 horas) e alterações neurológicas centrais e periféricas.
Com informações do Portal Uai