Com a cidade colapsando, o prefeito Firmino Junior preferiu gastar com festas a valorizar o servidor público
Em plena greve deflagrada pelos servidores municipais de Bambuí, motivada pela aprovação da Lei Complementar 001/2025, que extingue cerca de 90% dos cargos do Plano de Carreira e abre caminho para terceirização de áreas sensíveis, a administração do prefeito Firmino Júnior segue investindo pesado em eventos festivos — sem licitação, sob a justificativa de “alta aclamação crítica nacional”.
Enquanto a cidade de Bambuí colapsa com a falta de valorização dos servidores, com o caso da Franpav, com escândalos na SBR e ditadura velada na Câmara dos Vereadores, o prefeito Firmino Junior (Podemos) esbanja gastos com falsa promoção à cultura, mas que, na realidade, são puramente eleitoreiros.
Mais de meio milhão
A gestão do prefeito Firmino Júnior celebrou com gastos milionários a duas das principais festas oficiais do calendário local:
Evento | Objeto | Contrato | Valor (R$) |
Aniversário de Bambuí (139 anos) | Show “Bruno César e Rodrigo” | 089/2025 (Inex. 035) | R$ 55.000,00 |
Show “João Bosco e Vinícius” | 090/2025 (Inex. 036) | R$ 300.000,00 | |
Bolo oficial (1,5 kg c/ doce de leite, chantilly e vela) 139 unidades × R$ 150,00 | — | R$ 20.850,00 | |
Festival Gastronômico (set/2025) | Show “Renato Teixeira” | 095/2025 (Inex. 039) | R$ 70.000,00 |
Show “Rick e Ricardo” | 097/2025 (Inex. 041) | R$ 100.000,00 | |
TOTAL GERAL | R$ 545.850,00 |
VEJA OS CONTRATOS:
Bolo de aniversário:
Todos os contratos acima foram inexigíveis de licitação, sob a justificativa de “alta aclamação crítica nacional”. Ou seja, sem concorrência, o município “escolheu” as empresas alegando prestígio nacional — mas nem sequer buscou orçamentos locais ou estudos de preço mais ajustados à realidade do mercado.
A prática de contratação sem licitação é algo comum de Firmino Junior e vai muito além da parte “cultural”. Em janeiro deste ano, também sem licitação, o prefeito Firmino Júnior contratou a empresa SBR Engenharia ao custo de R$10 milhões por um ano de prestação de serviços.
Com essa contratação, o prefeito já terceirizou os serviços de conservação, ampliação e de manutenção (preventiva e corretiva com fornecimento de materiais, equipamentos e mão de obra) dos prédios e vias públicas. Esses trabalhadores são contratados no regime CLT e não contribuem para a Previdência dos Servidores.
Gastos acima do mercado
Para comparar, segmentamos o preço médio praticado em confeitarias de referência em Minas Gerais 1,5 kg, retangulares, com recheio de doce de leite e cobertura de chantilly e a média aproximada de mercado é de R$ 97,35 para bolo de características semelhantes.
Já a Prefeitura de Bambuí preferiu pagar R$ 150,00 por unidade, no topo da faixa de preços, sem justificativa para obra artística ou tema diferenciado.
Além disso, outra coisa que chama a atenção é a contratação da dupla Rick e Ricardo, representada pela empresa DMT PRODUÇÕES/DANILO MENDES MELO. No contrato assinado pela Prefeitura de Bambuí, o show no Festival Gastronômico da cidade custará aos bambuienses R$100.000,00, ou seja, R$30.000,00 a mais do que o que foi assinado pela Prefeitura de Bocaiúva/MG para contratar a mesma dupla.
A Prefeitura de Bambuí demonstra suas prioridades: bancar palcos e festas em vez de preservar direitos e garantir a qualidade dos serviços públicos.
O presidente do Sintram, Marco Aurélio Gomes, reforça que “é inconcebível que o prefeito use meio milhão de reais em shows e bolo, mas ignore nossas pautas de carreira, aposentadoria e diálogo. A luta continua até que haja negociação real e revogação da LC 001/2025”.
O dinheiro público, portanto, preferiu bancar artistas e festas que rendem cliques em redes sociais, ao invés de investir na valorização de quem mantém a cidade funcionando: os servidores municipais.