
O prefeito Gleidson Azevedo (Novo) acaba de liberar mais R$ 4,7 milhões dos cofres públicos para bancar o transporte coletivo urbano. Esses recursos não constam do Decreto 16.466/2025, assinado em janeiro, que autorizou o complemento tarifário de R$ 11.560.000,00, com o objetivo de manter a tarifa congelada em R$ 4,15. No Decreto de janeiro, o prefeito justificou a liberação do recurso para garantir o “custeio das gratuidades”, ou seja, o dinheiro seria utilizado para cobrir a utilização gratuita do transporte por idosos e pessoas com deficiência.

(Foto: Reprodução/Instagram)
Na semana passada, sob a mesma justificativa, o prefeito liberou mais R$ 4,7 milhões a título de complemento tarifário. Com isso, o valor pago pela Prefeitura esse ano às empresas a título de complemento tarifário pula dos atuais R$11,5 milhões para R$ 16.260.000,00. Como o prefeito tem autorização por lei aprovada pela Câmara em 2022 para fazer esses repasses por Decreto, Gleidson Azevedo não precisa apresentar nenhuma prestação de contas ao Legislativo sobre o repasse.
De acordo com uma fonte, os R$ 4,7 milhões repassados na semana passada fazem parte do acordo fechado entre o prefeito e as empresas do transporte coletivo para colocar fim à greve dos motoristas deflagrada no dia 10 de março. Ao prefeito, que segundo informações não oficiais pretende disputar uma cadeira para deputado federal em 2026, o prolongamento da greve dos motoristas poderia causar danos à sua imagem. Como as empresas bateram o pé que não dariam o reajuste salarial pretendido pelos motoristas, o prefeito decidiu bancar o aumento salarial para que se chegasse ao acordo e, consequentemente, ao fim da greve.
Em um vídeo publicado em sua rede social, o vereador Vitor Costa (PT) revelou que antes de liberar o dinheiro o prefeito conversou com alguns vereadores. “Eu não fui convidado para essa reunião”, afirmou. Vitor Costa disse ainda que foi autor de um pedido de CPI para investigar os repasses ao Consórcio Transoeste, que detém a concessão do transporte público na cidade, mas o pedido foi engavetado.
O vereador disse ainda que ouviu dentro da Câmara que não seria possível instaurar uma CPI por se tratar, no caso do Consórcio Transoeste, de uma empresa privada. Entretanto, trata-se de uma empresa concessionária de um serviço público, o que afasta totalmente a hipótese de impossibilidade de uma CPI para investigar os recursos financeiros repassados pelo município.
Reportagem: Jotha Lee
Sintram Comunicação