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Presidente Lula: “se a abaixar a cabeça, eles colocam a cangalha e a gente não levanta mais”

Ao lado do presidente Lula, o prefeito Alessandro Barbosa dise que Cleitinho vive em um mundo paralelo (Fotos: GF)

O presidente da República, Luís Inácio Lula da Silva, foi recebido com festa nesta quinta-feira (24) pela população do Vale do Jequetinhonha. Na cidade de Minas Novas, o presidente anunciou uma série de investimentos para a região. Entre os destaques estão os investimentos em desenvolvimento regional, igualdade racial, direitos humanos e, principalmente, em educação, com a construção de 249 novas escolas para comunidades indígenas e quilombolas, com investimentos de mais de R$ 1,1 bilhão do Novo PAC. Também estão previstas 22 obras emergenciais nos territórios indígenas de Yanomami e Ye’Kwana.

Acompanhado do senador Rodrigo Pacheco (PSD) e do deputado federal Rogério Correia (PT), o presidente foi recebido em Minas Novas pelo prefeito Alessandro Mota Barbosa (Republicanos). Ao falar para uma multidão, o prefeito disparou duras críticas ao seu colega de partido, o senador Cleitinho Azevedo.

Alessandro Barbosa declarou apoio ao governo do presidente Lula, à candidatura de Rodrigo Pacheco ao governo do Estado e disparou contra Cleitinho: “Meu colega de partido, que ocupa um cargo importante, mas que parece viver no mundo paralelo, onde os likes servem mais que a verdade, onde a mentira bem contada vira estratégia, e onde o ataque substitui o debate. É curioso ver esse senador com a liderança e a referência que se transformou em um personagem de rede social, faz pronunciamentos com um boné e uma camisa de futebol, apontando o dedo e criando escândalos, mas pode-se perguntar pelas propostas, pelo serviço prestado, o que fez de concreto, nada tem”, disparou o prefeito de Minas Novas.

CANGALHA

O presidente Lula voltou a falar sobre a fome e a miséria no mundo. Afirmou que o Brasil voltará a sair do mapa da fome. O Brasil já havia saído do mapa da fome em 2014 e sustentou a posição até 2018. Entretanto, nos períodos de 2019 a 2022, no governo de Jair Bolsonaro (PL), houve uma tendência de crescimento da pobreza, extrema pobreza e da insegurança alimentar e nutricional, permanecendo até os triênios de 2020-2022.

Em um discurso marcado pela firmeza e defesa da soberania nacional, o presidente voltou a falar da “guerra tarifária” iniciada pelo presidente dos EUA, Donald Trump contra o Brasil. As declarações foram feitas durante a cerimônia que anunciou o investimento de R$ 1,7 bilhão em políticas públicas educacionais destinadas a comunidades indígenas e quilombolas.

Lula reafirmou o compromisso do governo em buscar o diálogo, mas deixou claro que o Brasil não se curvará a pressões externas. “Se abaixar a cabeça, eles colocam uma cangalha e a gente não levanta mais”, alertou o presidente, enfatizando a importância de o país manter sua dignidade. Ele prometeu apoio irrestrito ao empresariado brasileiro que for prejudicado pelas sanções tarifárias de Trump, assegurando que o governo estará ao lado daqueles que forem impactados.

O presidente compartilhou uma lição pessoal aprendida em 2003, no Fórum Econômico Mundial em Davos, na Suíça. Ele relembrou um episódio em que líderes internacionais não se levantaram para cumprimentá-lo, mas o fizeram com a chegada do então presidente dos EUA, George W. Bush. Lula e o ex-ministro Celso Amorim decidiram não se levantar para Bush. “Eu disse ao Celso Amorim: ‘Não vamos nos levantar’”, contou Lula. “E o Bush foi lá e nos cumprimentou e sentou com a gente. Sabe o que eu aprendi? Ninguém respeita quem não se respeita”, enfatizou.

Apesar de garantir suporte ao setor empresarial, Lula fez questão de reiterar seu principal foco: “Eu tenho lado. E o meu lado é o povo pobre deste país“. A declaração reforça a prioridade de seu governo em políticas sociais e no combate às desigualdades.

Em tom de desaprovação, o presidente também recordou que a guerra tarifária contra o Brasil foi influenciada pela família Bolsonaro, que solicitou a intervenção de Donald Trump para interromper investigações do Supremo Tribunal Federal contra o ex-presidente. Lula classificou a ação como “uma vergonha, uma falta de caráter, falta de coragem”.

Com Agências


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