A secretária municipal de Educação de Divinópolis, Andréia Dimas, já reassumiu seu cargo na pasta na manhã desta segunda-feira (30), dezessete dias após ser afastada temporariamente do cargo pelo prefeito Gleidson Azevedo (PSC). Um dos principais alvos da CPI da Educação, que investiga uma série de denúncias em compras efetuadas pela pasta, Andréia foi reconduzida ao cargo pelo decreto 15.101/2022, assinado na sexta-feira (27), pelo prefeito Gleidson Azevedo, mesmo dia em que ela prestou depoimento à Comissão Parlamentar. Andréia foi a única servidora afastada do cargo tão logo vieram a público as denúncias de eventual superfaturamento de preços em compras para a Educação. O decreto de seu afastamento foi assinado no dia 11 de maio.
Primeira envolvida a ser ouvida pela CPI, Andréia foi interrogada na sexta-feira pelos vereadores, diante de um plenário lotado de professores, que pediam sua permanência à frente da pasta, além da revogação do decreto de afastamento provisório.
A CPI investiga a possibilidade de superfaturamento de preços em compra de mobiliário e material pedagógico para a Secretaria de Educação. As denúncias foram feitas pelo vereador Ademir Silva, que considerou muito alto o volume de compras efetuadas pela pasta em dezembro do ano passado, envolvendo mais de R$ 14 milhões. No plenário da Câmara, Ademir denunciou que os gastos em excesso no mês de dezembro foram necessários para o município atingir o limite legal de 25% da receita com gastos na educação. Em dezembro, esse limite ainda não havia sido atingido para o ano de 2021.
CONFIRMAÇÃO
Em seu depoimento à CPI na sexta-feira passada, Andréia Dimas confirmou que as compras de dezembro foram executadas para atingir o limite legal de 25% e que a ordem para isso teria partido do prefeito Gleidson Azevedo. Ela disse ainda que sua pasta foi responsável pela elaboração da lista dos produtos que deveriam ser adquiridos, porém garantiu que a aprovação das compras é responsabilidade da Secretaria de Governo, da qual é titular a vice-prefeita Janete Aparecida.
VOLTA AO CARGO
Servidora de carreira há 17 anos, Andréia tem o apoio dos professores para continuar à frente da Secretaria de Educação. Para justificar sua recondução ao cargo, o prefeito disse que o interino indicado, o assessor especial Fernando Henrique, havia pedido exoneração. O prefeito também se mostrou satisfeito com os esclarecimentos prestados por Andréia à CPI, e por fim, alegou que atendia a “pedidos explicitados por vereadores, inclusive, por edil membro da referida CPI”.
Além de Andréia, a CPI também ouviu na sexta-feira o procurador Sérgio Mourão e o secretário de Administração, Thiago Nunes Lemos. Os vídeos com os depoimentos de sexta-feira estão disponíveis no site da Câmara e o depoimento de Andréia era de longe o mais visto até as 10h43 desta segunda-feira (30).
Depoimento de Andréia à CPI da Educação – 2,4 mil visualizações
Depoimento do procurador Sério Mourão – 558 visualizações
Depoimento do secretário de Administração, Thiago Nunes – Mil visualizações
OUTRA EXONERAÇÃO
Na semana passada chamou a atenção a exoneração de Agilson Emerson da Silva, do cargo de Diretor de Contabilidade Geral. Agilson também será ouvido pela CPI e sua demissão acabou sendo ligada a esse fato. Em nova oficial, a Prefeitura disse que “a exoneração do contador Agilson Emerson da Silva, que ocupava o cargo de diretor de Contabilidade Geral não possui nenhuma relação com o pedido de sua convocação para prestar esclarecimentos na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), instaurada para apurar as despesas realizadas no mês de dezembro de 2021 na Secretaria Municipal de Educação (Semed)”.
Disse ainda, que “a alteração, assim definida pelo secretário da pasta, é exclusivamente de perfil de gestão e a necessidade constante de renovar a equipe, para que novos trabalhos, com novos olhares, possam ser desenvolvidos. Nesse sentido, o novo ocupante do cargo é também servidor de carreira e contador da Prefeitura”.
Reportagem: Jotha Lee
Comunicação Sintram
Foto: A secretária de Educação, Andréia Dimas, recebeu grande apoio dos professores durante depoimento à CPI (Foto: Diretoria de Comunicação/CMD)