Para manter tarifa congelada, Prefeitura já pagou às empresas quase R$ 20 milhões a título de complemento tarifário
O prefeito Gleidson Azevedo (Novo) vai manter a mesma política que adotou no seu mandato anterior com relação à tarifa do transporte coletivo urbano. Com isso, o usuário não vai pagar mais pela tarifa, porém as empresas do transporte público continuarão sendo subsidiadas pela Prefeitura. Na prática, o usuário pagará a diferença no valor da tarifa, já que o dinheiro do subsídio sairá do orçamento da Prefeitura.
A tarifa do transporte público de Divinópolis está congelada em R$ 4,15 para o usuário desde 2021. Nesse ano, o Conselho Municipal de Trânsito (Comutran) sugeriu um reajuste de 8,67%, o que elevaria o valor para R$ 4,51. O prefeito não acatou a recomendação e manteve o valor da tarifa. Em 2022 Gleidson Azevedo sancionou a Lei 9.009 que criou o “complemento tarifário” para subsidiar o transporte público, como o objetivo de manter a tarifa congelada. Em 2024, a Prefeitura repassou às empresas do transporte coletivo, a título de “complemento tarifário”, o valor de R$ 7,2 milhões, o que garantiu a manutenção da tarifa em R$ 4,15.
Para manter a tarifa congelada nos últimos três anos, a Prefeitura já repassou às empresas do transporte coletivo a título de “complemento” quase R$ 20 milhões. Foram R$ 5.760.000,00 em 2022, mais R$ 6.360.000,00 em 2023 e R$ 7.230.000,00 no ano passado, totalizando R$ 19.350.000,00.
CONGELAMENTO MANTIDO
Esse ano, o Conselho Municipal de Trânsito sugeriu ao prefeito um reajuste de 30,12%, o que elevaria a tarifa dos atuais R$ 4,15 para R$ 5,40. Entretanto, mais uma vez, o prefeito Gleidson Azevedo vai ignorar o aconselhamento do Comutran e manterá a tarifa congelada em R$ 4,15. A informação é de vereadores da base do prefeito e já chegou, inclusive, aos gabinetes dos demais parlamentares.
Em seu Instagram o vereador Vitor Costa (PT) disse que já foi informado sobre a manutenção do valor de R$ 4,15, acrescentando que a esse custo o transporte coletivo já deveria ser mais eficiente. “O transporte público de Divinópolis, no atual valor, está longe de ser bom e isso precisa mudar”, afirmou o petista. Vitor Costa confirmou que já tem a informação da base do Executivo que a tarifa seguirá congela, mas frisou que, na prática, o aumento não será repassado diretamente ao usuário. “Se não pagarmos diretamente, pagaremos por meio de subsídios da prefeitura, ou seja, com os nossos impostos”, alertou.
Para o vereador “reajustes justos e correções pela inflação são necessários, mas somente se a qualidade do serviço for de excelência e a empresa cumprir o contrato”, finalizou.
Com a manutenção da tarifa congelada, o subsídio pago pela Prefeitura às empresas a título de complemento tarifário deverá saltar de R$ 7,2 milhões em 2024 para 9,2 milhões esse ano.
A Diretoria de Comunicação da Prefeitura disse que oficialmente ainda não há nenhuma informação sobre a decisão do prefeito em manter a tarifa congelada.
Reportagem: Jotha Lee
Comunicação Sintram