Duas semanas após receber ofício do Sindicato dos Trabalhadores Municipais de Divinópolis e Região Centro-Oeste (Sintram) solicitando agendamento de uma reunião para discutir as reivindicações da campanha salarial dos servidores, o prefeito de Divinópolis, Gleidson Azevedo (Novo) ainda não deu uma resposta. O ofício foi protocolado na Prefeitura no dia 2 desse mês, um dia após a realização da assembleia geral dos servidores municipais que definiu a campanha salarial. A categoria reivindica um reajuste nos salários de 14,55%, para garantir a reposição das perdas salariais dos últimos anos, além da equiparação do tíquete alimentação com o valor pago pela Câmara Municipal, que é de R$ 23.
Considerando somente os anos em que três prefeitos se negaram a conceder a revisão obrigatória, prevista em Lei Municipal e na Constituição Federal, as perdas dos servidores da Prefeitura de Divinópolis já passam de 13% em sete anos. Em 2016, o governo de Vladimir Azevedo (PSDB) não pagou 4,27%, Galileu Machado (MDB) deixou de dar a revisão de 3,86% em 2017 e o atual prefeito deu o calote na revisão de 5,03% de 2021. Somente com esses índices a perda dos servidores está acumulada em 13,16% nos últimos sete anos.
Essas perdas não consideram a inflação do período medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), da Fundação Ipead, que é o índice oficial para a revisão dos salários. Parte da inflação acumulada nos últimos sete anos foi concedida através de revisões, embora em muitos casos tenha ocorrido o parcelamento na concessão da recomposição dos salários. Entretanto, segundo a Fundação Ipead, a inflação acumulada de dezembro de 2016 a dezembro de 2023 atingiu a 49,41%, índice que mostra a enorme perda no poder de compra dos salários dos servidores públicos municipais de Divinópolis.
O presidente do Sintram, Marco Aurélio Gomes, lembra que a data base da categoria é 1º de março e até agora o prefeito Gleidson Azevedo não se manifestou. “Repetir que a revisão é obrigatória por lei é até desnecessário, já que o prefeito de Divinópolis tem descumprido a legislação impunemente nos últimos anos. Nossa maior preocupação agora é que estamos a duas semanas da data base e o prefeito não responde ao nosso pedido de reunião para apresentarmos a reivindicação da categoria. Vamos exercitar nossa paciência e aguardar uma resposta nos próximos dias e se isso não acontecer vamos convocar uma nova assembleia para que os servidores decidam quais serão os próximos passos”, destaca o presidente do Sintram, Marco Aurélio Gomes.
Reportagem: Jotha Lee
Comunicação Sintram