(Foto: Diretoria de Comunicação/PMD)
A Prefeitura de Divinópolis oficializou na sexta-feira (25) a assinatura do contrato de um empréstimo no valor de R$ 50 milhões com o Banco do Brasil. A Prefeitura classifica a operação como um “marco histórico” da administração Gleidson Azevedo (Novo). Entretanto, pelas cláusulas contratuais, prevê-se uma dívida histórica que ficará para os próximos prefeitos.
O contrato, publicado na edição do Diário Oficial dos Municípios desta segunda-feira (28) mostra que a dívida deverá ser quitada em 10 anos e as cláusulas tornam impossíveis calcular o valor final que o município pagará pelo empréstimo, incluindo os serviços da dívida. O contrato prevê multa, juros moratórios, juros remuneratórios e outros acessórios de correção, o que pode levar o custo final da dívida para algo próximo de R$ 90 milhões. Esse valor poderá ser maior, pois vai depender das oscilações do mercado financeiro.
A dívida começará a ser efetivamente paga a partir de 24 de agosto do não que vem. Entretanto, nesse período de carência, a Prefeitura terá que arcar com todos os encargos financeiros contratados através do empréstimo. Após o período de carência, o município iniciará o pagamento de 108 parcelas iguais mensais, que serão mais nove anos de pagamento da dívida, incluindo todos os encargos. Ou seja, além das parcelas, a Prefeitura ainda terá que desembolsar os serviços da dívida (juros, correções, encargos). A dívida só estará totalmente quitada em 24 de julho de 2035.
QUEM PAGA A CONTA
Candidato a cargo eletivo no ano que vem, o prefeito Gleidson Azevedo precisa mostrar serviço até as eleições de outubro de 2026. Segundo a Prefeitura, o empréstimo viabilizará um “pacote de obras estratégicas voltadas ao desenvolvimento urbano, à mobilidade e à infraestrutura da cidade”.
Na solenidade de assinatura do contrato, o prefeito garantiu que as obras financiadas pelo empréstimo irão transformar a mobilidade urbana da região do Hospital Regional, com destaque para a construção da nova ponte sobre o rio Itapecerica, ligando os bairros Realengo e Elizabeth Nogueira, além de um viaduto sobre a linha férrea.
A administração de Gleidson Azevedo ficará responsável pelo pagamento apenas das cinco primeiras parcelas do empréstimo. Outras 102 parcelas ficarão para os dois próximos gestores municipais, que vão herdar uma dívida adquirida às vésperas de ano eleitoral e que está totalmente atrelada a interesses políticos da família Azevedo, que vai concorrer aos mais altos cargos da política, como deputado federal, senado e governo do Estado.
Leia a íntegra do contrato assinado entre a Prefeitura e o Banco do Brasil
Na edição desta segunda-feira (28) do Diário Oficial, o contrato está disponível a partir da página 69.
Reportagem: Jotha Lee
Sintram Comunicação