Polícia Federal instaura inquérito para investigar senador divinopolitano por invasão aos Correios

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Cleitinho Azevedo postou em suas redes sociais o momento em que invadiu os Correios (Foto: Reprodução/Instagram)

Os Correios solicitaram à Polícia Federal (PF) a investigação do senador bolsonarista Cleitinho Azevedo (Republicanos) após ele ter entrado e filmado, sem autorização, o interior de um centro de distribuição da estatal localizado em Contagem. A PF confirmou no início da tarde que o inquérito já foi instaurado, mas não deu maiores detalhes. Disse apenas que todos serão interrogados, inclusive o senador. 

O caso aconteceu na terça-feira passada, 30 de julho, e foi divulgado pelo próprio Cleitinho em suas redes. O senador alegou estar fiscalizando o envio de doações para o Rio Grande do Sul. Ele não seguiu as instruções dos funcionários e entrou no centro de distribuição por debaixo da catraca, após mostrar sua carteira de senador.

“O senhor pode me notificar que eu entrei sem o senhor me permitir”, disse Cleitinho em uma ligação telefônica com um homem não identificado, que afirmou que iria notificá-lo pela invasão. Já dentro dos Correios, o senador bolsonarista, irmão do prefeito de Divinópolis, fez ligações telefônicas e mostrou doações que ainda não foram enviadas ao Rio Grande do Sul.

Na representação enviada à PF, os órgão pede que o senador seja investigado, alegando que ele desconsiderou as orientações do gerente da unidade, “afrontando as regras de segurança da empresa”.

Vale ressaltar que as normas de segurança dos Correios, especialmente para áreas de armazenamento e tratamento de cartas e encomendas, proíbem a realização de fotos e filmagens do interior das instalações, mesmo para empregados, para resguardar o sigilo das correspondências. O senador ignorou todas essas regras.

Os Correios destacam que a publicação de imagens internas das operações coloca em risco a segurança e o “processo de prevenção a fraudes, furtos e roubos nas instalações, já que malfeitores podem ter conhecimento prévio da carga, estrutura interna e disposição de recursos de segurança”.

Em nota, a estatal afirmou que “tomou as providências necessárias para resguardar os interesses da empresa. Vivemos em um Estado democrático de Direito e todos estamos sujeitos ao império da lei, inclusive as altas autoridades.”

A assessoria do senador Cleitinho informou que ele recebeu uma denúncia de que as doações destinadas ao estado afetado pelas chuvas e enchentes estavam paradas e sem previsão de envio.

Reportagem: Jotha Lee
Comunicação Sintram


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