Jovem era orientada por um homem residente em Bagdá e planejava ataques em uma universidade

A jovem era seguidora das ideologias extremistas de criminosos como Theodore Kaczynski e Jeffrey Dahmer (Fotos: Reproução/Montagem)

A Polícia Civil de Minas Gerais cumpriu nesta terça-feira (12) mandado de busca e apreensão na residência de uma garota de 16 anos, em Vespasiano, na Região Metropolitana de Belo Horizonte. Ela é investigada por planejar massacres em instituições de ensino e divulgar conteúdos de ódio contra grupos minoritários.

Segundo a Polícia Civil, as apurações começaram em abril deste ano, a partir de informações encaminhadas pela Unidade de Repressão a Crimes Cibernéticos de Ódio (Urcod), da Polícia Federal, indicando que a jovem administrava perfis em redes sociais voltados ao planejamento de ataques e propagação de discursos discriminatórios contra população LGBTQIA+ e judeus.

A ação policial foi coordenada pela Divisão de Crimes Cibernéticos, vinculada ao Departamento Estadual de Combate à Corrupção e a Fraudes (Deccof).

CONEXÕES INTERNACIONAIS

Conforme apurado pela Polícia Civil, a adolescente mantinha contato virtual com outros indivíduos para discutir estratégias e confecção de bombas artesanais, que seriam utilizadas nos ataques. Entre seus interlocutores estava um homem residente em Bagdá, no Iraque, com quem ela trocava vídeos e informações sobre a construção desses artefatos.

As publicações da adolescente incluíam apologia a ideologias extremistas e a criminosos como Theodore Kaczynski e Jeffrey Dahmer, além da veiculação de símbolos nazistas em redes sociais.  Kaczynski, mais conhecido como Unabomber, foi encontrado morto em 2023 em sua cela na prisão. Ele matou três pessoas e feriu mais 23 durante uma onda de bombardeios em massa entre 1978 e 1995. Mais tarde, ele se declarou culpado de seus crimes. Ele foi condenado à prisão perpétua sem liberdade condicional em 1998, depois de escapar por quase 20 anos.

Já Jeffey Dahmer foi um serial killer americano que matou 17 meninos e jovens, muitos dos quais eram negros e gays, entre 1978 e 1991. Seus crimes eram particularmente hediondos, envolvendo estupro, necrofilia e canibalismo. Ele foi sentenciado a quinze penas de prisão perpétua em 15 de fevereiro de 1992. Dahmer morreu em 28 de novembro de 1994.

MEDIDAS JUDICIAIS

No cumprimento do mandado realizado nesta terça-feira na casa da jovem de 16 anos, foram apreendidos um celular e um notebook utilizados nas práticas criminosas. A adolescente foi conduzida à Divisão de Crimes Cibernéticos, onde confessou a autoria dos perfis e o planejamento dos massacres, que incluíam ataques a uma faculdade – embora sem data e local definidos.

O Juizado competente aplicou medidas cautelares, como a proibição de acesso à internet (exceto para atividades escolares), proibição de uso de redes sociais e contato com demais integrantes dos grupos extremistas, frequência obrigatória à escola, proibição de sair de casa (salvo para compromissos autorizados) e acompanhamento psicológico e psiquiátrico no Centro de Atenção Psicossocial (Caps) e Conselho Tutelar.

Reportagem: Jotha Lee
Sintram Comunicação

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