PF apreende celulares de policiais rodoviários na apuração das ações que impediram eleitores de votar em reduto eleitoral de Lula

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Silvinei Vasques negou que a PRF tenha interferido no processo eleitoral (Foto?ABr)

O ex-diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal (PRF) Silvinei Vasques prestou depoimento à Polícia Federal (PF), na tarde desta quinta-feira (10).  Servidor de carreira da PRF desde 1995, Vasques foi preso preventivamente na quarta-feira (9), no âmbito da Operação Constituição Cidadã, da PF. Ele é suspeito de, junto com outros agentes públicos, tentar interferir no processo eleitoral durante o segundo turno das eleições presidenciais de 2022.

De acordo com a PF, na condição de diretor-geral da PRF, Vasques autorizou a realização de bloqueios rodoviários em estradas da Região Nordeste, com a finalidade de dificultar o trânsito de eleitores onde, segundo as pesquisas, o então candidato presidencial Luiz Inácio Lula da Silva liderava a intenção de votos.

Ao ser detido, na quarta-feira (9) em Florianópolis, Vasques teve seus telefones celulares, computadores e passaporte apreendidos. Transferido para a capital federal em um avião da própria PF, ele passou a noite na superintendência da corporação, a cerca de 10 quilômetros de distância do prédio onde está prestando depoimento.

Em função da prisão preventiva, o subprocurador-geral do Ministério Público, Lucas Rocha Furtado, pediu ao Tribunal de Contas da União (TCU) que avalie a legalidade da concessão de aposentadoria ao ex-diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal (PRF).

Para Furtado, há “indícios de irregularidades na referida concessão” do benefício, já que “o servidor que responder a processo disciplinar só poderá ser exonerado a pedido, ou aposentado voluntariamente, após a conclusão do processo e o cumprimento da penalidade”.

O ex-diretor da PRF é alvo de três processos administrativos motivados pela suposta interferência no segundo turno das eleições de 2022 e da apuração criminal que tramita no Supremo Tribunal Federal (STF) e que embasou a Operação Constituição Cidadã.

No depoimento, Silvinei Vasques negou ter atuado para interferir no resultado das últimas eleições presidenciais, sustentando que os bloqueios montados na Região Nordeste no dia do pleito seguiram critérios técnico-operacionais.

CELULARES APREENDIDOS

A Polícia Federal realizou nesta sexta-feira (11) a apreensão de telefones celulares de dirigentes da Polícia Rodoviária Federal após detectar indícios de que eles teriam combinado versões nos depoimentos prestados nesta semana, com o objetivo de blindar o ex-diretor da corporação Silvinei Vasques. O objetivo é verificar nos aparelhos se houve efetivamente diálogos e trocas de mensagens para combinar as versões e buscar detalhes sobre uma reunião que orientou as blitze no segundo turno das eleições.

Com informações da Agência Brasil

 

 

 


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