Em nota publicada na última sexta-feira (1º), a Sociedade Brasileira de Pediatria criticou as imagens em que o presidente da República, Jair Bolsonaro aparece segurando a réplica de um fuzil ao lado de uma criança. O episódio ocorreu em um evento em Minas Gerais, às vésperas da comemoração do dia das crianças.
Em comunicado, intitulado “Arma não é brinquedo”, a associação destacou as regras de proteção do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) e citou dados da violência contra crianças no país.
“Não é por acaso que a cada 60 minutos uma criança ou adolescente morre em decorrência de ferimentos por arma de fogo no Brasil”, afirmou a entidade.
Na cerimônia em Belo Horizonte, Bolsonaro mirou a réplica da arma e apontou para cima, como se atirasse para o alto. “Estou com quase 70 anos. Quando eu era moleque eu brincava com isso, com arma, com flecha, com estilingue. Assim foi criada a minha geração e crescemos homens fortes, sadios e respeitadores”, disse.
A SBP também retrucou a declaração do presidente afirmando que as armas de brinquedo têm efeito negativo, afetando a construção do caráter da criança enquanto cidadão do futuro.
O evento foi transmitido pela TV Brasil. A estatal mostrou, inclusive, o momento em que os apoiadores do governo reagiram aos gritos de “o povo armado jamais será escravo” logo depois do presidente exibir a arma. O chefe do Executivo parabenizou os pais do menino pelo “exemplo de civilidade, patriotismo e respeito”.
Leia a íntegra do documento
NOTA AOS BRASILEIROS
ARMA NÃO É BRINQUEDO!
Diante da divulgação, nesta quinta-feira (30), de imagens em que o presidente da
República, Jair Bolsonaro, aparece com uma arma de brinquedo em punho ao lado de uma criança vestida de soldado, a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) reitera a importância de a população, em especial autoridades e personalidades públicas, respeitarem a legislação que exige a proteção dos direitos dessa faixa etária.
O Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) garante à criança e ao adolescente o direito
ao respeito, que consiste na inviolabilidade da sua integridade física, psíquica e moral, abrangendo, entre outros aspectos, a preservação de sua imagem e valores. Além disso, estabelece como dever de todos velar pela dignidade da criança e do adolescente, pondo-os a salvo de qualquer tratamento desumano, violento, aterrorizante, vexatório ou constrangedor.
Vale lembrar, também, dos efeitos negativos que as armas de brinquedo surtem sobre o
desenvolvimento e a construção do caráter enquanto cidadão do futuro. Ao contrário dos adultos, elas são incapazes de distinguir entre uma arma real e armas de brinquedo. Estudo recente mostrou que quase 60% dos integrantes de um grupo de crianças com idades entre 7 e 17 anos não souberam distinguir armas reais de armas de brinquedo. Não é por acaso que a cada 60 minutos uma criança ou adolescente morre em decorrência de ferimentos por arma de fogo no Brasil.
Neste sentido, a SBP lamenta que cenas como as exibidas às vésperas do Mês da
Criança sejam cada vez mais frequentes. Não se trata de uma discussão ideológica ou sobre a liberdade da posse, ou não, de arma pelos adultos. O que está em jogo é a vida e a integridade física e emocional de milhares de crianças e adolescentes. Por isso, os pediatras conclamam as autoridades para uma profunda reflexão sobre os efeitos destas ações de mídia e de marketing, que devem se basear na legislação e na ética, e nunca serem maiores que o compromisso com a dignidade da população brasileira.
Rio de Janeiro (RJ), 1 de outubro de 2021.
SOCIEDADE BRASILEIRA DE PEDIATRIA
SBP-Sede • R. Santa Clara, 292 – Rio de Janeiro (RJ) – CEP: 22041-012 • 21 2
NOTA AOS BRASILEIROS
ARMA NÃO É BRINQUEDO!
Diante da divulgação, nesta quinta-feira (30), de imagens em que o presidente da
República, Jair Bolsonaro, aparece com uma arma de brinquedo em punho ao lado de uma criança vestida de soldado, a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) reitera a importância de a população, em especial autoridades e personalidades públicas, respeitarem a legislação que exige a proteção dos direitos dessa faixa etária.
O Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) garante à criança e ao adolescente o direito
ao respeito, que consiste na inviolabilidade da sua integridade física, psíquica e moral, abrangendo, entre outros aspectos, a preservação de sua imagem e valores. Além disso, estabelece como dever de todos velar pela dignidade da criança e do adolescente, pondo-os a salvo de qualquer tratamento desumano, violento, aterrorizante, vexatório ou constrangedor.
Vale lembrar, também, dos efeitos negativos que as armas de brinquedo surtem sobre o
desenvolvimento e a construção do caráter enquanto cidadão do futuro. Ao contrário dos adultos, elas são incapazes de distinguir entre uma arma real e armas de brinquedo. Estudo recente mostrou que quase 60% dos integrantes de um grupo de crianças com idades entre 7 e 17 anos não souberam distinguir armas reais de armas de brinquedo. Não é por acaso que a cada 60 minutos uma criança ou adolescente morre em decorrência de ferimentos por arma de fogo no Brasil.
Neste sentido, a SBP lamenta que cenas como as exibidas às vésperas do Mês da
Criança sejam cada vez mais frequentes. Não se trata de uma discussão ideológica ou sobre a liberdade da posse, ou não, de arma pelos adultos. O que está em jogo é a vida e a integridade física e emocional de milhares de crianças e adolescentes. Por isso, os pediatras conclamam as autoridades para uma profunda reflexão sobre os efeitos destas ações de mídia e de marketing, que devem se basear na legislação e na ética, e nunca serem maiores que o compromisso com a dignidade da população brasileira.
Rio de Janeiro (RJ), 1 de outubro de 2021.
SOCIEDADE BRASILEIRA DE PEDIATRIA
SBP-Sede • R. Santa Clara, 292 – Rio de Janeiro (RJ) – CEP: 22041-012 • 21 2
NOTA AOS BRASILEIROS – ARMA NÃO É BRINQUEDO!
Diante da divulgação, nesta quinta-feira (30), de imagens em que o presidente da República, Jair Bolsonaro, aparece com uma arma de brinquedo em punho ao lado de uma criança vestida de soldado, a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) reitera a importância de a população, em especial autoridades e personalidades públicas, respeitarem a legislação que exige a proteção dos direitos dessa faixa etária.
O Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) garante à criança e ao adolescente o direito ao respeito, que consiste na inviolabilidade da sua integridade física, psíquica e moral, abrangendo, entre outros aspectos, a preservação de sua imagem e valores. Além disso, estabelece como dever de todos velar pela dignidade da criança e do adolescente, pondo-os a salvo de qualquer tratamento desumano, violento, aterrorizante, vexatório ou constrangedor.
Vale lembrar, também, dos efeitos negativos que as armas de brinquedo surtem sobre o desenvolvimento e a construção do caráter enquanto cidadão do futuro. Ao contrário dos adultos, elas são incapazes de distinguir entre uma arma real e armas de brinquedo. Estudo recente mostrou que quase 60% dos integrantes de um grupo de crianças com idades entre 7 e 17 anos não souberam distinguir armas reais de armas de brinquedo. Não é por acaso que a cada 60 minutos uma criança ou adolescente morre em decorrência de ferimentos por arma de fogo no Brasil.
Neste sentido, a SBP lamenta que cenas como as exibidas às vésperas do Mês da Criança sejam cada vez mais frequentes. Não se trata de uma discussão ideológica ou sobre a liberdade da posse, ou não, de arma pelos adultos. O que está em jogo é a vida e a integridade física e emocional de milhares de crianças e adolescentes. Por isso, os pediatras conclamam as autoridades para uma profunda reflexão sobre os efeitos destas ações de mídia e de marketing, que devem se basear na legislação e na ética, e nunca serem maiores que o compromisso com a dignidade da população brasileira.
Rio de Janeiro (RJ), 1 de outubro de 2021
SOCIEDADE BRASILEIRA DE PEDIATRIA
Fonte: Congresso em Foco
Foto: Reprodução Palácio do Planalto