
A Prefeitura de Divinópolis publicou na edição desta quinta-feira (23) do Diário Oficial dos Municípios o decreto 16.981/2025, com a exoneração de J.F.S, 36 anos, do cargo comissionado de Coordenador de Controle Populacional Animal, da Secretaria Municipal de Meio Ambinete e Cuidado Animal (Semac). Indicado para o cargo pelo vereador Flávio Marra (PRD), ele foi admitido no dia 15 de janeiro desse ano e recebia um salário pouco acima de R$ 2 mil. Era responsável pelo Castramóvel e antes de ser admitido na Prefeitura, trabalhou na Câmara Municipal contratado por uma empresa terceirizada.
J.F foi exonerado após ser preso na noite da última segunda-feira (21) por envolvimento com o tráfico de drogas. Ele foi preso em companhia de outro homem no Bairro Nova Fortaleza pela Polícia Militar.
Segundo nota publicada pela Prefeitura nesta quarta-feira (22) o ex-funcionário vestia o uniforme de trabalho no momento da prisão. De acordo com o Boletim de Ocorrência, ele foi preso quando fazia entrega de cocaína no Bairro Nova Fortaleza. No momento da prisão ele estava em um Fiat Palio e teria dito que era assessor de um vereador. Dentro do veículo os militares encontraram 40 pinos de cocaína, R$ 400 em dinheiro e três celulares.
Segundo a Prefeitura “no momento da abordagem, ele usava o uniforme da Prefeitura, mesmo estando fora do horário de expediente. A administração municipal reforça que repudia veementemente qualquer prática ilícita, especialmente quando associada a agentes públicos, e reafirma seu compromisso com a ética, a legalidade e a transparência em todos os atos da gestão”.
O presidente do Sintram, Marco Aurélio Gomes, lamentou o ocorrido e diz que essa situação expõe todos os servidores, mesmo se tratando de um comissionado e disse ser necessário mais critério na nomeação de apadrinhados políticos. “Lamentável o ocorrido sob todos os aspectos. Embora seja um funcionário comissionado, o fato acaba atingindo a todos os servidores direta ou indiretamente. Nomeações políticas, sem critérios de seleção, precisam ser, também, melhor avaliadas. Os interesses políticos, tanto de quem indica, quanto de quem nomeia, acabam prevalecendo e não é a primeira vez que se depara com uma situação tão inquietante”, declarou o presidente.
Para o presidente, além de pessoas despreparadas para o cargo, as nomeações por apadrinhamento para atender a aliados, estão sujeitas a situações como essa. “As nomeações políticas atendem unicamente ao critério do interesse político comum. Muitos cargos são ocupados por pessoas totalmente despreparadas e ainda há o risco de eventos como esse. A responsabilidade é do prefeito e do vereador que indicou. Estamos batalhando há anos para que esses cargos comissionados na Prefeitura sejam entregues a servidores de carreira, mas não acontece por causa das barganhas políticas”, finalizou.
De acordo com as informações atualizadas hoje no Portal Transparência, o prefeito Gleidson Azevedo (Novo) nomeou até agora 199 cargos em comissão, dos quais 114 são comissionados, o que corresponde a 57,80% do quadro total. Já os efetivos ocupam 85 vagas, o que corresponde a 42,71% dos cargos.
Reportagem: Jotha Lee
Sintram Comunicação