Ocupação da UPA 24h atinge a 150% por falta de leitos e Prefeitura diz que culpa é da regulação do Estado

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Em nota oficial publicada no final da tarde desta segunda-feira (22), a Secretaria Municipal de Saúde (Semusa) informou que a taxa de ocupação da UPA Padre Roberto atingiu a 150%. Segundo a nota, a superlotação é motivada pela falta de leitos hospitalares e os pacientes permanecem internados na UPA até que sejam abertas vagas pelo SUS.

Segundo a Semusa, a UPA conta com 42 leitos (Unidade de Média Complexidade, Unidade de Decisão Clínica, Unidade de Cuidados Intensivos e Pediatria) e ontem 63 pacientes estavam internados na unidade, sendo 44 cadastrados para transferência hospitalar e outros 19 pacientes aguardando decisão clínica. “Portanto 70% dos pacientes da UPA hoje aguardam regulação do estado”, disse a Semusa.

A Secretaria diz que a situação é responsabilidade do Estado. “Reitera-se que a regulação de internação hospitalar para os casos oriundos da Rede de Urgência e Emergência (…) é da Secretaria Estadual de Saúde e que a Prefeitura de Divinópolis e nem o Ibrapp [gestor da UPA], não tem governabilidade para tal regulação”, acrescenta. Na mesma nota, a Prefeitura garantiu que “o município e a regulação estadual estão cientes e tomando providências emergenciais para o cenário atual”.

HOSPITAL REGIONAL

Enquanto o sistema de saúde público de Divinópolis agoniza por falta de leitos, as anunciadas obras para conclusão do Hospital Regional continuam somente no papel. No dia 1º de dezembro do ano passado, o governo do Estado anunciou a retomada das obras do hospital, que terá a função de atender a 54 municípios da Região. Atrasadas há 13 anos, as obras de readequação do hospital, vão custar mais R$ 40 milhões. Já foram investidos na obra algo em torno de R$ 80 milhões.

Segundo a Secretaria de Estado da Saúde, nesta primeira fase de retomada da obra, o objetivo será readequar o prédio às normas hospitalares atuais. Estão previstas a reparação de telhado, pisos, reformas internas, além de verificação das partes elétrica e hidráulica do prédio. Essa fase, segundo a pasta, deve durar até fevereiro. A segunda fase da obra, que é a parte hospitalar, foi anunciada para março, com previsão de término somente no segundo semestre de 2025.

Enquanto o governo do Estado caminha a passos de tartaruga com a continuidade das obras do Hospital Regional, o sistema de saúde público do município entra em colapso exatamente no momento em que a Secretaria Municipal de Saúde anuncia que Divinópolis está próxima de atingir a uma epidemia de dengue (ver reportagem).

Reportagem: Jotha Lee
Comunicação Sintram

 

 

 


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