
Um balanço apresentado pelo Sindicato dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários e Urbanos de Divinópolis (Sinttrodiv) aponta que pouco mais de 300 motoristas que prestam serviços às empresa do Consórcio Transoeste, que detém a concessão do transporte público em Divinópolis, aderiram à paralisação deflagrada pela categoria nesta segunda-feira (10). Ainda de acordo com o balanço, 107 motoristas prestam serviços à Trancid, empreesa que detém mais de 95% das linhas urbanas.
A paralisação da categoria ocorreu desde as primeiras horas da manhã em reivindicação a aumento salarial para cobrir as perdas dos últimos anos. Os motoristas decidiram assumir o risco da paralisação, já que na sexta-feira (7) o presidente do Sinttrodiv, Erivaldo Adami, havia anunciado que não haveria greve nesta segunda-feira, contrariando uma decisão tomada em assembleia. A declaração de Erivaldo Adami aconteceu logo após uma reunião com o prefeito Gleidson Azevedo (Novo) e representantes das empresas que integram o consórcio.
O movimento dos motoristas pegou a população de surpresa, porém teve apoio dos usuários do transporte público que acompanham as dificuldades enfrentadas pela classe há anos. O que chamou a atenção foi o oportunismo dos carros de aplicativos, que passaram a cobrar valores estratosféricos pelas corridas, chegando ao absurdo de uma viagem entre o bairro Nova Fortaleza e o Centro custar até R$ 74.
O ACORDO
Apesar das pressões, inclusive com as ameaças da Prefeitura de pedir a ilegalidade da greve, os motoristas não retornaram ao trabalho. Durante todo o dia a cidade ficou sem transporte público e somente no final da tarde houve um acordo, o que permitiu o retorno normal do serviço na manhã desta terça-feira (11).
O acordo foi fechado com um reajuste salarial de 17,64% para todos os trabalhadores do transporte coletivo, elevando o piso salarial dos motoristas para R$ 3 mil. O vale alimentação subiu de R$ 500 para R$ 700. As empresas também se comprometeram a cumprir todos os acordos da convenção coletiva, incluindo um adicional de 15% sobre os salários dos motoristas para cobrir a ausência dos trocadores, função que foi retirada de todas as linhas.
Segundo o Sinttrodiv, a remuneração mínimo do motorista, com todos os benefícios, sobe para R$ 4.150,00. Ainda de acordo com o sindicato “linearmente, incluindo o vale alimentação e o salário, o reajuste chegou a 21%”.
De acordo com o advogado do Sinttrdovi, Marcelo Cristian, a categoria ainda continua reivindicando as perdas salariais. “Acreditamos que foi um bom aumento, mas ainda continuaremos lutando pela recomposição no próximo ano, haja vista a grande defasagem ocorrida nos últimos anos”, declarou.
Reportagem: Jotha Lee
Sintram Comunicação