Essa semana o senador da República por Divinópolis, Cleitinho Azevedo, foi multado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) em R$ 30 mil e, de quebra, foi incluído no top 3 dos mais mentirosos sobre as inundações no Rio Grande do Sul. Um estudo realizado pelo laboratório de pesquisa da Escola de Comunicação da Universidade Federal do Rio de Janeiro (ECO – UFRJ), o NetLab, identificou os maiores propagadores de desinformação da tragédia climática que ainda acomete o Rio Grande do Sul. Nos últimos dias, uma forte onda de notícias falsas e negacionistas acerca das doações, das iniciativas do governo federal e da crise climática circularam pelas redes sociais.
Muitas dessas fake news atacavam diretamente o governo federal. O ministro da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República, Paulo Pimenta (PT-RS), chegou a expressar sua indignação com a situação.
O NetLab traçou uma análise do dia 27 de abril, quando começaram as chuvas intensas e alagamentos no estado, ao dia 10 de maio, e mapeou as principais informações falsas, além dos principais influenciadores, políticos, plataformas e narrativas compartilhadas pelos usuários. Nesse estudo, o grupo de pesquisa observou que o influenciador digital e ex-pré-candidato à presidência em 2022 pelo Partido Republicano da Ordem Social (PROS) Pablo Marçal, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) e o senador Cleitinho Azevedo estavam entre os maiores disseminadores de mentiras sobre as enchentes no Rio Grande do Sul.
De acordo com o levantamento, o senador Cleitinho Azevedo é o terceiro maior mentiroso sobre as enchentes no sul. Antes dele, em segundo lugar, aparece o filho do ex-presidente Jair Bolsonaro, Eduardo Bolsonaro. O primeiro é Pablo Marçal. Veja o ranking:
- Pablo Marçal, empresário e influenciador digital
- Eduardo Bolsonaro, deputado federal (PL/SP)
- Cleitinho Azevedo, senador (Republicanos/MG)
- Michele Dias Abreu, influenciadora digital cristã (Governador Valadares)
- Leandro Ruschel, empreendedor e influenciador de direita
- Victor Sorretino, médico influenciador
R$ 30 MIL
Em decisão publicada nesta quinta-feira (23) o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) multou dois senadores e dois deputados em R$ 30 mil por terem feito publicações nas redes sociais associando o presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao satanismo durante a campanha eleitoral de 2022. Os parlamentares compartilharam um vídeo em que o influenciador Victor Stavale, autodenominado satanista, diz ser apoiador de Lula.
Nas postagens, foram feitos comentários segundo os quais os apoiadores de Lula seriam ligados ao satanismo, enquanto que os apoiadores do então presidente Jair Bolsonaro, que tentava a reeleição, seriam ligados ao cristianismo e ao bem.
Foram multados os deputados Gustavo Gayer (PL-GO) e Carla Zambelli (PL-SP), assim como os senadores Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ) e Cleitinho Azevedo (Republicanos-MG).
Para os ministros do TSE, porém, independentemente da veracidade ou não das declarações de Stavale, os parlamentares agiram com dolo (intenção) ao tentar fazer uma falsa associação entre Lula e seus apoiadores com o satanismo.
Por 5 a 2, a maioria dos ministros também condenou o próprio Scavale e outros dois influenciadores – Bárbara Zambaldi e Leandro Ruschel – a pagar R$ 5 mil em multa, também por propaganda eleitoral negativa.
O presidente do TSE, ministro Alexandre de Moraes disse que a postagem contra Lula foi uma armação. “O satanista [Victor Stavale], antes dessa postagem única, já tinha várias postagens e uma entrevista declarando claramente a sua antipatia à candidatura de Luiz Inácio Lula da Silva”, disse. “É uma série de coincidências atávicas, que leva à conclusão de que é óbvio que foi uma armação”, complementou Moraes, no que chamou a estratégia de “lavagem de fake news”.
Reportagem: Jotha Lee
Comunicação Sintram