MP investiga sargento lotado no Batalhão de Formiga por vazamento de informações sobre operações contra o tráfico de drogas

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O Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), por meio da 2ª Promotoria de Justiça de Formiga, no Centro-Oeste do estado, deflagrou na quinta-feira passada (16 de fevereiro) a operação Tropa de Elite que investiga um sargento da Polícia Militar de Minas Gerais (PMMG) que teria vazado informações sigilosas sobre operações contra o tráfico de drogas na região central de Minas. O nome do sargento, lotado no 63º Batalhão da Polícia Militar de Formiga, não foi divulgado.

A pedido do MP, a Justiça Militar decidiu pela transferência do sargento, que agora está em outro município, a mais de 300 quilômetros de Formiga. O nome da cidade também não foi divulgado. Outras medidas também foram determinadas pela Justiça. O militar investigado está proibido de ter contato com policiais do 63º Batalhão de Polícia Militar e também está proibido de acessar bancos de dados da PM.

Após tomar conhecimento da decisão, a Polícia Militar providenciou o cumprimento das medidas, tendo o sargento sido notificado de que deveria se apresentar em outra cidade, bem como das demais cautelares que lhe foram impostas.

De acordo com o promotor de Justiça Ângelo Ansanelli Junior, “a Polícia Militar do 63º BPM prestou todo o apoio para a realização das investigações. Como é notório, a corporação não admite esse tipo de conduta dentro da instituição. O MPMG teve o mesmo apoio dos promotores da Justiça Militar, que se prontificaram a nos auxiliar nas investigações”, ressalta.

Conforma a 2ª Promotoria de Justiça de Formiga, responsável pelo controle externo da atividade policial, nos próximos dias será oferecida a denúncia contra o sargento, e o processo terá a tramitação regular junto ao juízo da 2ª Auditoria Militar.

INFORMAÇÕES VAZADAS

Após a deflagração da Operação Snowblind, em julho de 2022, foi constatado que houve vazamento da fase ostensiva da operação, motivo pelo qual os alvos principais empreenderam fuga e não ocorreu significativa apreensão de substâncias entorpecentes.

A partir de então, segundo o promotor de Justiça Ângelo Ansanelli, o MP e as Polícias Civil e Militar iniciaram uma investigação para descobrir como teria ocorrido o vazamento, sendo constatado que um sargento da PM havia repassado as informações da Operação Snowblind para os traficantes.

Em troca das informações, o policial militar recebeu uma pedra de 25 gramas de crack, avaliada em R$ 1.300,00.

Com o aprofundamento das investigações, apurou-se que o Policial Militar era usuário de substâncias entorpecentes, e que já havia dado informações sigilosas de outra Operação, a Leão de Nemeia, também recebendo drogas em troca das informações.

As investigações apontaram ainda que o policial militar investigado adquiriu drogas para uso pessoal junto a traficantes envolvidos na Operação Alma à Venda, os mesmos traficantes para os quais o sargento vazou as informações da Operação Snowblind.

Diante dessa informação, o MP requereu o desarquivamento do Inquérito Policial Militar referente a Operação Alma à Venda para continuar com as investigações.

Finalmente, no dia 23 de janeiro deste ano, apurou-se que o referido militar cometeu crime de abandono de posto, colocando em risco a vida de outros policiais militares.

Fonte: MPMG  

 

 


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