Marido de mulher que morreu após atendimento na UPA diz que “há sangue nas mãos do prefeito”

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Geraldo Passos, editor do Diviniews, entrevista Jeremias Araújo, marido de Tatielle (Foto: Reprodução/Divinews)

Em entrevista exclusiva concedida na última segunda-feira ao Portal Divinews, o marido de Tatielle Scarlart Ferreira, mãe de 28 anos, que morreu no dia 21 do mês passado, Jeremias Araújo, 31 anos, afirmou que foram necessárias várias mortes, inclusive a de sua esposa, para que o poder público tomasse alguma providência sobre a real situação na saúde de Divinópolis.

Tatielle, de 28 anos, deixou três filhos, dois portadores de espectro autista. Ela se tornou conhecida nas redes sociais com mais de 70 mil seguidores por mostrar sua rotina com as crianças e a forma como lidava com os filhos portadores do transtorno do Espectro Autista.

Tatielle deu entrada na UPA 24h no dia 16 de abril e queixava-se de diarreia, vômito e dor generalizada. Segundo a Secretaria Municipal de Saúde (Semusa) nesse primeiro atendimento Tatielle foi “orientada e medicada”, sendo mandada de volta para casa. Após quatro dias, no dia 20 de abril, às 8h50, ela retornou à unidade com graves problemas respiratórios.  Após vários exames, dentre eles um RX, foi identificada uma pneumonia. Pela segunda vez Tatielle foi medicada, orientada e liberada com prescrição de antibióticos.

No mesmo dia, às 18h21, a paciente retornou à UPA, levada pelo Samu, com os mesmos sintomas intensificados. Ela foi entubada e transferida para a Sala Vermelha do Hospital São João de Deus às 4h15, do dia 21. A influenciadora morreu logo após dar entrada no  Complexo de Saúde São João de Deus.

ENTREVISTA

Na entrevista que concedeu ao Divinews, Jeremias Araújo relatou que na UPA Tatielle recebeu um diagnóstico clínico sem que tenha sido feito nenhum exame. Contou que no dia 16, quando ela foi atendida na UPA pela primeira vez, Tatielle ficou horas na unidade, sendo liberada logo depois. Disse que a esposa estava com muita dificuldade para falar e respirar, além de sentir dor nas costas, o que até para um leigo, é um indicativo de um possível quadro de pneumonia, que só foi detectada quatro dias depois.

Jeremias faz um relato perturbador e conta uma conversa que os médicos da UPA tiveram com ele na última vez em que Tatielle foi levada à unidade. “Ela não estava reagindo ao tratamento. Eu fiquei atrás do médico responsável. Eles me mandaram sair pra fora pra conversar comigo. Do lado de fora me falaram que se ela fosse transferida para a Sala Vermelha do Hospital São João de Deus tinha 90% de chance de morrer e que era pra eu decidir [sobre a transferência]”. “Eu achei aquilo um absurdo. Eu não sou médico. Não estudei para isso. Como assim, eu decidir?”.

Ao final da entrevista, Jeremias desabafou: “A mão do prefeito está suja com o sangue de Tatielle”.

Leia a entrevista na íntegra no Portal Divinews

Reportagem: Jotha Lee
Comunicação Sintram


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