A maioria de medicamentos em falta na farmácia da Prefeitura é de repsonsabilidade do Estado
(Foto: Jotha Lee/Sintram)

A dona de casa Maria Erilda de Assis, 52 anos, residente no Bairro Serra Verde, não conseguiu na Farmácia Central da Prefeitura de Divinópolis o medicamento Omalizumabe. Nesta quarta-feira (13), ela tentou mais uma vez, porém o medicamento não está disponível no estoque da farmácia. O Omalizumabe é usado para tratamento de asma, alergias alimentares e pólipos nasais. As injeções geralmente são aplicadas a cada duas ou quatro semanas, com base no peso e nos níveis de IgE (um tipo de anticorpo, no sangue do paciente). Também é ministrado para urticária crônica.

Maira Erilda é uma das muitas pessoas que nos últimos dias não tem conseguido medicamentos essenciais e até de uso contínuo, que estão em falta na farmácia da Prefeitura. De acordo com um relatório atualizado na manhã desta quarta-feira e disponível no site da Prefeitura, 31 medicamentos estão em falta, enquanto outros 49 estão com estoques muito baixos. Há caso de medicamentos e suplementos com apenas uma unidade disponível, principalmente para doenças respiratórias.

Os medicamentos e insumos em falta na Farmácia são de responsabilidade do Estado. A Farmácia de componentes especializados do Estado recebe os medicamentos da Secretaria de Estado da Saúde e os encaminha para o município, que fica somente com a obrigação de sua distribuição.

A consulta realizada pelo Portal do Sintram constatou a falta de produtos como a caneta para aplicação de insulina, como também não há medicação para tratamento de convulsão (Clobozam), para controle de colesterol (Atorvastatina) e anti-inflamatório (Naproxeno). Esse último é utilizado no tratamento de diversas condições dolorosas e inflamatórias, como artrite, tendinite, bursite e dor menstrual.

Também está em falta o Brometo de Umeclidínio indicado no tratamento de manutenção da broncodilatação para alívio dos sintomas associados à doença pulmonar obstrutiva crônica. A Farmácia também não tem o Romosozumabe, usado no tratamento da osteoporose. Os usuários de medicação para tratar distúrbios psiquiátricos também não vão encontrar a Quetiapina, usada para controlar as oscilações de humor que caracterizam o transtorno bipolar

Não bastasse os 31 medicamentos em falta, dezenas estão com estoque praticamente zerado. Na última prestação de contas realizada pela Secretaria Municipal de Saúde (Semusa) na Câmara Municipal, a secretária Sheila Salvino disse que há problemas com os fornecedores que não cumprem os prazos de entrega.

Enquanto isso, pessoas como a dona Maria Erilda de Assis, beneficiárias de programas sociais do governo federal por estarem enquadradas nos grupos de famílias de baixa renda, continuam sem medicamentos que não são encontrados na Farmácia Popular do governo federal e que não estão disponíveis na rede municipal.

Reportagem: Jotha Lee
Sintram Comunicação

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