Não são raras as reclamações da população de dificuldades em conseguir atendimento médico nos Centros de Saúde de Divinópolis, onde está a atenção primária, que é o primeiro contato que o cidadão tem com o sistema e onde ocorrem os atendimentos que não são emergenciais. Há dezenas de casos registrados pela Secretaria Municipal de Saúde (Semusa) de cidadãos que procuram mos centros de saúde e não conseguem atendimento. Uma das principais causas para isso está diretamente relacionada às consultas que são agendadas e o paciente não aparece na data marcada.
De acordo com a secretária municipal de Saúde, Sheila Salvino, o não comparecimento do paciente para as consultas agendadas gera muitas reclamações. “No dia a dia a gente tem muitas reclamações de pessoas que não conseguem atendimento ou que, às vezes, gostariam de ser atendidas em um menor espaço de tempo”, disse a secretária durante prestação de contas do primeiro quadrimestre de 2025 da Secretaria Municipal de Saúde (Semusa) na Câmara Municipal.
Os números apresentados pela Semusa são realmente altos. Nos primeiros quatro meses desse ano das 72.184 consultas agendas para os postos de saúde, 15.493 pacientes não apareceram o que representa 21,46%. “Esse é um número que muito nos preocupa”, disse a Secretária.
No atendimento às consultas especializadas, a situação se repete. No caso do Consórcio Intermunicipal de Saúde (Cisvi) de cada 100 consultas marcadas no primeiro quadrimestre, 39 pessoas não apareceram. A secretária admite que a fila única para consultas especializadas realmente é grande e diz que as pessoas que não comparecem para as consultas, aumentando o tamanho da lista de espera, são avisadas que o procedimento está marcado. “São pessoas que foram avisadas pelo call center [telefone] que a consulta estava agendada”, explicou a secretária.
Na Policlínica 17,1% das pessoas que agendaram consultas não apareceram e no Centro de Reabilitação – que oferece fisioterapia, fonoaudiologia, entre outros – 30,4% dos pacientes com consultas agendas não apareceram. No total, foram agendadas nos primeiros quatro meses do ano 50.419 consultas e 13.142 pessoas não compareceram.
MANDADOS JUDICIAIS
Um dado altamente positivo no sistema de saúde do município foi a redução dos gastos na aquisição de medicamentos por ordem judicial. A Justiça é acionada sempre que o município não fornece um determinado medicamento, que seja prescrito ao paciente. No primeiro quadrimestre de 2023, 22% dos gastos com saúde foram utilizados para cumprimento de mandado judicial. Esse índice caiu para 16% em 2024 e, em 2025, atingiu seu menor nível, ficando em apenas 6%. A Prefeitura gastou no primeiro quadrimestre R$ 1,5 milhão na aquisição de medicamentos, sendo R$ 90 mil para cumprimento de ordens judiciais. “Sabemos que a tendência é de crescimento dos mandados judiciais, mas nós creditamos esses bons números à atuação farmacêutica do município”, destacou a secretária Sheila Salvino.
Reportagem: Jotha Lee
Sintram Comunicação