Maioria dos imóveis da Polícia Militar e Corpo de Bombeiros de Minas Gerais está em situação irregular

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O comandante da PM em Minas, Coronel Rodrigo Piassi, confirmou que o Estado não cumpre suas próprias normas de segurança (Foto: Elizabete Guimarães/ALMG)

Casa de ferreiro, espeto de pau. Esse conhecido ditado popular bem poderia resumir as conclusões de reunião realizada nesta terça-feira (31/10) pela Comissão de Segurança Pública da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG). Durante a audiência, o comandante-geral da Polícia Militar do Estado, coronel PM Rodrigo Piassi, confirmou que o Estado não cumpre suas próprias normas de segurança com relação aos imóveis ocupados pela corporação.

De acordo com o presidente da comissão, deputado Sargento Rodrigues (PL), informações oficiais enviadas à Assembleia confirmam que, de 110 unidades do Corpo de Bombeiros, 35 não possuem auto de vistoria do próprio Corpo de Bombeiros, permanecendo irregulares segundo as normas  de prevenção contra incêndio determinadas pelo próprio Estado.

No caso da Polícia Militar, segundo informou o próprio comandante-geral durante a reunião desta terça, o número de imóveis irregulares é muito maior. O coronel PM Rodrigo Piassi informou que a Polícia Militar possui 1.002 imóveis sob a sua responsabilidade, sendo que, destes, apenas 396 são de propriedade do Estado. Segundo ele, dos 396 imóveis, apenas 92 possuem projeto contra incêndio e pânico e 340 estão em processo de  regularização. Ele não explicou porque esses números não fecham.

O Coronel Piassi também afirmou que, entre os 1.002 Imóveis ocupados pela Polícia Militar, 468 foram cedidos e 138 são de propriedade de terceiros.

Outra irregularidade foi confirmada pelo comandante da Polícia Militar com relação aos 60 postos de combustíveis operados pela corporação. De acordo com o coronel Piassi, deste total de postos, apenas 21 estão regularizados e os outros 39 ainda não têm licença da Agência Nacional de Petróleo (ANP) para funcionar.

A situação irregular dos imóveis ocupados pelos órgãos de segurança foi duramente criticada pelos deputados. “A unidade que não tem o auto de vistoria não está habilitada à prevenção ao incêndio. Estamos submetendo servidores ao risco. Ficamos indignados em saber que o próprio Estado deixa os nossos servidores à deriva”, afirmou Sargento Rodrigues.

O comandante da Polícia Militar admitiu a situação irregular dos imóveis e reconheceu que é um problema que precisa ser resolvido, mas fez um apelo para que a Assembleia não obrigue a instituição a comprometer uma parcela alta de seu orçamento com esta regularização que demanda custos.

“O orçamento da Polícia Militar é limitado. Obviamente que ele atende nossas necessidades salariais e de custeio. Entre todos os problemas de segurança que eu tenho com a tropa da Polícia Militar neste momento, com muita franqueza, havendo limitação de recursos, prefiro direcioná-los para aquisição de equipamentos, viaturas modernas, coletes à prova de bala e pistolas de emissão de pulso. Eu pediria muito ao senhor que não conduzisse a uma situação de comprometimento do orçamento da Polícia Militar”, solicitou o coronel Piassi.

O dirigente da Polícia Militar admitiu que o problema precisa ser resolvido, mas solicitou um prazo razoável, garantindo todo o esforço possível, principalmente da Diretoria de Apoio Logístico da corporação.

O deputado Sargento Rodrigues afirmou que a Comissão de Segurança  agirá com responsabilidade, mas que não é possível fechar os olhos para uma situação tão irregular. “Não podemos deixar de levar esse assunto com a máxima seriedade. Agora, será que nós podemos, enquanto órgão fiscalizador, deixar que essa situação continue do jeito que está? Não vamos permitir que o governador Romeu Zema trate os policiais com esse descaso”, declarou o presidente da Comissão de Segurança Pública.

O deputado acrescentou, ao final da reunião, que ainda não foram recebidas todas as informações solicitadas das instituições de segurança pública. Com relação à Polícia Militar, ele disse que serão cobradas informações a respeito de todas as 1.002 unidades ocupadas pela corporação e não apenas aquelas de propriedade do Estado.

Fonte: ALMG

 

 


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