Apesar da recorrente falta de água, Gleidson Azevedo estendeu contrato com a Copasa até 2041

Em 2023, Divinópolis enfrentou uma pane no fornecimento de água e toda a cidade sofreu com o desabastecimento. Os meses mais duros foram fevereiro e março. A falta de água ocorreu em quase toda a cidade devido a uma queda de energia que afetou o funcionamento de um reservatório. Além disso, algumas regiões sofreram com a falta de água por mais de cinco dias. A região mais afetada foi a Sudeste e a gravidade da situação obrigou a Prefeitura de Divinópolis a acionar a Justiça.
De acordo com a Prefeitura, a falta de água em 2023 obrigou a dispensa de alunos das redes municipal, estadual e particular, comprometendo a carga horária letiva. O desabastecimento obrigou a suspensão dos atendimentos nas unidades de saúde (postos, UPA, hospitais e congêneres), além dos prejuízos para a população que se viu impossibilitada de realizar tarefas básicas diárias.
Ainda segundo a Prefeitura, para suprir o desabastecimento diante da emergência, o município mobilizou caminhões-pipa para garantir o fornecimento de água potável em unidades de saúde, escolas, cemitérios, zona rural e algumas residências urbanas.
Logo após o ajuizamento da ação, a Justiça concedeu liminar obrigando que a Copasa restabelecesse imediatamente o abastecimento em todas as regiões do município, ou, em caso de impossibilidade técnica, que fornecesse água por meio de caminhões-pipa.
No julgamento do mérito, ocorrido na semana passada, a Justiça reconheceu a falha na prestação do serviço por parte da Copasa e a companhia foi condenada a manter o fornecimento de água de forma integral, contínua, eficiente, segura e de qualidade, 24 horas por dia, salvo nos casos e condições expressamente previstas no Contrato de Programa firmado com a Prefeitura no ano passado.
A Copasa também foi condenada ao pagamento de R$ 635.660,57 ao Município de Divinópolis, como ressarcimento por danos materiais decorrentes da crise no abastecimento.
A decisão cabe recurso em segundo instância e a Copasa ainda não se pronunciou sobre a decisão.
AMPLIAÇÃO DO CONTRATO
Uma das principais promessas de campanha do então candidato Gleidson Azevedo para conseguir seu primeiro mandato, foi tirar a Copasa de Divinópolis, já que as reclamações contra a companhia se arrastam ao longo dos últimos 50 anos. Em 2021, a Prefeitura chegou a anular o contrato de abastecimento, entretanto teve que voltar atrás após uma liminar, cujo mérito ainda não foi julgado.
Mesmo sem uma decisão definitiva da Justiça, no ano passado o prefeito Gleidson Azevedo fez o que se chamou de repactuação contratual e assinou um novo contrato com a Copasa. Além de manter a companhia na cidade, mesmo diante da deficitária prestação do serviço, Gleidson ainda prorrogou o contrato por mais 17 anos. O vencimento do vínculo anterior que ocorreria em 2024, foi prorrogado para 2041.
Na repactuação, a Copasa ainda ganhou novas concessões de serviço em Divinópolis e vai cobrar tarifas dos consumidores da zona rural. As comunidades que passarão a pagar a tarifa de água são Ferrador, Lago das Roseiras, Buritis, Boa Vista, Choro, Costas, Quilombo, Mata dos Coqueiros, Branquinhos, Córrego Falso, Cachoeirinha, Amadeu Lacerda, Perobas, Djalma Dutra, Lagoa, Lajes, Lava-pés, Laginha, Tamboril, Cacoco, Cachoeirinha Ponte de Ferro, Córrego do Paiol e Lopes.
Reportagem: Jotha Lee
Sintram Comunicação
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