Jornal Folha de São Paulo se derrete por Adélia Prado, após escritora divinopolitana receber o Prêmio Camões

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Ex chefe de Divisão na Secretaria Municipal de Educação, escritora é colocada entre os maiores

Um dia após a divinopolitana Adélia Prado receber o Prêmio Camões, a maior premiação de Portugal para a literatura, o Jornal Folha de São Paulo classificou a escritora divinopolitana como “a maior poeta brasileira em atividade”.

Pela premiação, Adélia receberá 100 mil euros (R$ 590 mil pela cotação atual). Em um artigo assinado pela escritora Ana Luiza Rigueto, poeta e crítica literária, o jornal paulista diz que a premiação coloca Adélia Prado “entre os maiores nomes da tradição literária”.

Foto: Bruno Poletti/Folhapress

Aos 88 anos, prestes a completar 89 (13 de dezembro), Adélia Prado se torna a terceira escritora brasileira a receber o prêmio Camões. Antes dela receberam a premiação Rachel de Queiroz (1993) e Lygia Fagundes Teles (2004). Entre os homens, os brasileiros premiados foram Chico Buarque, João Cabral de Melo Neto e Jorge Amado. A premiação é concedida por meio de subsídio da Fundação Biblioteca Nacional (FBN) – entidade vinculada ao Ministério da Cultura do Governo de Portugal.

No texto publicado pela Folha, Adélia é colocada entre os maiores nomes da literatura mundial. “A consagração põe a autora, irrevogavelmente, ao lado dos maiores nomes da tradição literária, abrindo espaços para que outras autorias, venham no esteio de sua influência”. Ainda segundo o jornal paulista, “a vida e obra da autora, impulsionados por uma honestidade radical com o presente, segue renovando sua produção e seu público leitor até os dias de hoje. Pensante, devota, crítica, amante, ambígua: Adélia Prado escreve a partir do comum para deixar um rastro de Deus”.

Adélia Luzia Prado Freitas nasceu em Divinópolis e está intimamente ligada à ferrovia, já que seu pai, João do Prado Filho, era ferroviário. A mãe, Ana Clotilde Corrêa, era dona de casa. Formou-se no curso de magistério em 1953 na Escola Normal Mário Casassanta. A professora Adélia Prado começou a lecionar no Ginásio Estadual Luiz de Mello Viana Sobrinho em 1955. D

Adélia Prado também deu sua contribuição na Prefeitura. De 1983 a 1988, a convite do então prefeito Aristides Salgado, ocupou o cargo de Chefe de Divisão Cultural da então Secretaria Municipal de Educação e Cultura. Em 1993, Adélia volta à Secretaria Municipal de Educação e Cultura, integrando a equipe de orientação pedagógica na gestão da secretária Teresinha Costa Rabelo, no segundo mandato de Aristides Salgado.

Entre os muitos destaques internacionais, Adélia participou em 1985, do II Encontro de Intelectuais pela Soberania dos Povos de Nossa América, em Havana, Cuba. Em 1988, apresentou-se em Nova York, na Semana Brasileira de Poesia, evento promovido pelo Comitê Internacional pela Poesia. Nesse mesmo ano, em Berlim, Alemanha, participou do Línea Colorada, um encontro entre escritores latino-americanos e alemães.

A professora, jornalista e cronista Maria Cândida Guimarães Aguiar, que faleceu em janeiro desse ano, era uma das amigas mais próximas de Adélia Prado. Maria Cândida definia assim a amiga: “Adélia é nossa grande estrela”.

O presidente do Sindicato dos Trabalhadores Municipais de Divinópolis e Região Centro-Oeste (Sintram), Marco Aurélio Gomes, em nome dos servidores públicos, diz que Adélia deve ser reverenciada sempre. “O prêmio Camões reafirma o grande talento e é difícil para nós, mortais, definir sua arte. Em nome de todos os servidores municipais, para definir essa grande personalidade da literatura mundial, repito o que disse o ensaísta britânico G. K. Chesterton: O grande poeta existe para mostrar ao homem pequeno o quanto ele é grande. Obrigado, Adélia, e nome dos servidores municipais de toda a base de atuação do Sintram”.

Reportagem: Jotha Lee
Comunicação Sintram


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