Os agentes funerários de Divinópolis voltam a ser notícia e mais uma vez a categoria denuncia o tratamento inadequado dispensado pela administração municipal para o exercício seguro de suas atividades. Em sua edição desta terça-feira (16) o Jornal Agora traz como reportagem principal a denúncia formalizada pelos agentes da falta de equipamentos adequados e seguros para a remoção de corpos vítimas da covid-19.
Em setembro do ano passado, o Sindicato dos Trabalhadores Municipais de Divinópolis e Região Centro-Oeste (Sintram) fez uma inspeção no Serviço Municipal do Luto e nos cemitérios para verificar a disponibilidade de equipamentos de proteção individual. O vice-presidente do Sindicato, Wellington Silva, e a conselheira Lucilândia Monteiro, observaram que o material disponível não era o recomendável e constataram que a Prefeitura não cumpria de forma correta todas as exigências de segurança para os servidores do setor, um dos mais expostos ao risco de contágio pela covid-19.
Em janeiro desse ano, o vice-presidente do Sintram retornou ao Serviço Municipal do Luto e em nova inspeção verificou que a situação estava ainda pior do que foi encontrado em setembro do ano passado. Nesta segunda visita, o Sindicato verificou que não havia luvas e avental de PVC forrado e impermeável. Observou, ainda que até os baldes utilizados para a limpeza não são os mais adequados.
Nos cemitérios, o Sintram constatou no início do ano que não havia vestimentas impermeáveis e descartáveis para o manejo de corpos suspeitos ou confirmados de covid-19. No Serviço Municipal do Luto até os extintores estão com data de validade vencida desde 2014.
REMOÇÃO DE CORPOS
No início desse ano, a nova administração municipal passou aos agentes funerários a responsabilidade de remoção de corpos em domicílio, contrariando o Regimento do Serviço Municipal do Luto. A medida foi adotada sem que o setor tenha passado por uma preparação técnica e sem regras claras sobre como deverá ser a ação dos agentes. A determinação já gerou um incidente grave envolvendo o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), após os agentes funerários serem chamados para a remoção de um corpo e terem encontrado a suposta vítima ainda com vida.
EXPOSIÇÃO AO CONTÁGIO
Na reportagem publicada em sua edição de hoje, o Jornal Agora destaca em manchete na primeira página: Agentes funerários expostos à covid-19. A reportagem completa, intitulada Agentes denunciam que são obrigados a arrumar corpos de covid para velório sem material adequado, ocupa praticamente toda a página 3 do diário e destaca irregularidades que colocam a saúde dos agentes em risco. Segundo o jornal, até os macacões usados pelos agentes para a remoção de corpos vítimas do coronavirus são emprestados pelo Samu. Além disso, as luvas utilizadas na remoção não oferecem a proteção necessária. De acordo com a reportagem, a remoção de corpos vítimas da covid-19 era atribuição do Samu.
A Prefeitura disse ao Jornal Agora que a situação será sanada com a aquisição do material adequado, cuja compra já está autorizada, porém sem previsão de entrega.
Reportagem: Jotha Lee
Com informações do Jornal Agora