Interrupções no abastecimento de água geram média de 34 reclamações por hora contra a Copasa

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As interrupções temporárias do abastecimento de água em residências atendidas pela Companhia de Saneamento de Minas Gerais (Copasa) resultam, em média, na formalização de 34 reclamações por hora, segundo dados da própria companhia. Somente entre janeiro e setembro deste ano, consumidores dos 640 municípios atendidos pela empresa registraram 226.360 queixas do tipo nos canais de atendimento.

Em Divinópolis, o corte no fornecimento de água ocorre quase que diariamente, havendo rodízio nas regiões onde o serviço é suspenso. Quase sempre a Copasa justifica a falta de água por uma situação emergencial e não por incapacidade de abastecimento.

Essa semana diversos bairros de Divinópolis tiveram interrupção no abastecimento. No Bairro Maria Helena, a população ficou sem água durante o feriado do último fim de semana. O abastecimento foi interrompido no início da noite de segunda-feira (14) e o abastecimento só foi restabelecido totalmente na noite de quarta-feira (16). Foram dois dias sem água, que causaram grandes transtornos para os moradores e muitos tiveram que apelar para a compra de água mineral para atender somente as necessidades especiais.

Ao Portal do Sintram, a Copasa informou através de nota, que um vazamento na Rua Santo Expedito, no Bairro Maria Helena, foi o motivo de desabastecimento para os moradores da região.A Companhia disse ainda que o vazamento foi corrigido na tarde de quarta-feira (16). A empresa somente não justificou porque o problema só foi corrigido dois dias após a suspensão no abastecimento de água do bairro.

Também na quarta-feira, ficaram sem água os bairros Alto São Vicente, Alvorada, Anchieta, Bom Pastor, Liberdade, Nossa Senhora da Conceição e Serra Verde. Entretanto, nessa região, o abastecimento foi restabelecido no mesmo dia. A Copasa disse que a suspensão foi necessária para manutenção emergencial em um vazamento no Beco das Torneiras.

MULTAS

Falhas operacionais nos sistemas de água e de esgoto resultaram em 214 multas contra a Copasa nos últimos dois anos. As penalidades foram aplicadas pela Agência Reguladora de Serviços de Abastecimento de Água e de Esgotamento Sanitário (Arsae-MG), que fiscaliza os serviços prestados pela empresa no Estado.

Entre o fim do segundo semestre de 2020 e outubro de 2022, a companhia recebeu R$ 6,5 milhões em multas, dos quais R$ 4,4 milhões já foram quitados. Segundo a agência reguladora, no caso da rede de água, as penalidades são aplicadas sempre que fiscais comprovam oscilação na pressão da água em níveis inferiores aos previstos por normas técnicas ou a interrupção total do abastecimento.

Dados da Arsae-MG apontam aumento nas queixas dos usuários que, após acionar a Copasa via central de atendimento e ouvidoria, permaneceram sem água. De janeiro a setembro de 2022, a agência recebeu 272 reclamações de consumidores da companhia, alta de 54,2% na comparação com o mesmo período de 2020 (177 denúncias).

Reportagem: Jotha Lee
Comunicação Sintram

 

 

 


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