
Os trabalhadores da Copasa paralisaram suas atividades em todo o Estado nesta terça-feira em protesto contra o governo Romeu Zema (Novo), que pretende privatizar a companhia de abastecimento. Em Divinópolis a categoria aderiu ao movimento, porém o abastecimento de água não será afetado. A paralisação terá duração de três dias. A categoria deverá retornar ao trabalho normalmente na sexta-feira (24).
De acordo com o Sindágua, sindicato que representa a categoria, estão paralisados a partir de hoje os trabalhadores da Copasa e da Copanor. A paralisação exige o referendo popular para que seja elevado avante o projeto de privatização da companhia. O governo Zema quer enfiar a privatização goela abaixo do povo, sem realizar o plebiscito.
“Com responsabilidade e consciência, nosso movimento vai garantir o abastecimento de água, coleta e tratamento de esgotos em todas as localidades operadas e que configuram a essencialidade dos serviços prestados. As demais especialidades ficam liberadas para aderirem ao movimento”, afirmou o Sindágua em nota oficial.
A Copasa fez uma tentativa de ligar a paralisação a questões políticas. Entretanto, em audiência preliminar no TRT-3 (Tribunal Regional do Trabalho) na tarde desta segunda-feira (20) o desembargador José Marlon Freitas chamou atenção da companhia para não exercer qualquer pressão contra os trabalhadores, entendendo a legitimidade do movimento, porém sem que haja prejuízo dos serviços de abastecimento de água à população e tratamento de esgotos.
Em nota ao Portal do Sintram, a Copasa confirmou a reunião realizada nesta segunda-feira e reafirmou que os serviços básicos estão mantidos. “Diante de demandas sindicais que ultrapassam o poder de discussão da empresa, a Copasa vai monitorar a situação e tomar as medidas necessárias para garantir a continuidade das operações de seus serviços, reforçando o compromisso da empresa com a saúde, o bem-estar e a segurança hídrica dos mineiros”, afirmou.
AUDIÊNCIA PÚBLICA
Nesta quarta-feira (22) A Comissão do Trabalho, da Previdência e da Assistência Social da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) realiza audiência pública para debater a proposta do governo estadual de privatização da Copasa. A reunião será realizada a partir das 11h no Auditório José Alencar, e deve contar com a presença do presidente da Companhia de abastecimento, Fernando Passalio de Avelar, que foi convocado pela comissão, e de presidentes de sindicatos dos trabalhadores da Copasa e da Cemig.
Segundo o deputado estadual Betão (PT), um dos autores do pedido da audiência pública, um dos objetivos do debate é fazer parte da mobilização contra a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 24/23, que facilita a privatização ou federalização da Copasa, ao revogar a necessidade de referendo popular para a aprovação da venda da empresa. A proposição já recebeu aval da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) e da Comissão Especial criada para analisá-la e está pronta para deliberação do Plenário em 1º turno.
Reportagem: Jotha Lee
Sintram Comunicação