Funcionários da Cemig e empresários são investigados por fraudes em contratos e falsidade ideológica

Compartilhe essa reportagem:

 

O Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), em atuação conjunta com o Ministério Público do Estado de São Paulo (MPSP), com as Polícias Civis de Minas Gerais e de São Paulo e com a Secretaria de Estado da Fazenda de Minas Gerais, deflagrou na manhã desta terça-feira (30) a “Operação Mau Contato”, dando cumprimento a nove mandados de busca e apreensão contra empregados públicos da Companhia de Energia de Minas Gerais (Cemig) e empresários que tinham contratos de fornecimento com a empresa. A Cemig é uma empresa pública de capital misto.

A operação marca o encerramento da primeira fase de investigações de Procedimento  Investigatório Criminal presidido pela 17ª Promotoria de Justiça de Belo Horizonte, com a cooperação do Grupo Especial de Promotores de Justiça de Defesa da Probidade Administrativa  e do Patrimônio Público (GEPP). A investigação foi instaurada após término de investigação corporativa interna da própria Cemig, concluída ao final de 2020, que resultou no afastamento de  dirigentes e empregados da Companhia e rescisões de contratos com fornecedores, parte deles,  agora, alvos da investigação conduzida pelo MP.

Nas ações cautelares MP aponta a existência de provas de crimes falimentar, de falsidade ideológica e de fraude na execução de contratos públicos. Nove mandados de busca e apreensão estão sendo cumpridos em desfavor de empregados públicos da Cemig e de empresários que tinham contratos de fornecimento com a empresa pública.

ENTENDA O CASO

Segundo as investigações, um grupo de empregados da Cemig atuou em conluio com  empresários do ramo de produção e revenda de cabos condutores e outros materiais elétricos para fraudar as contratações da Companhia, desde a fase de licitação até a execução dos contratos.

Ao longo de quase dois anos, a ação dos envolvidos favoreceu ilicitamente os  fornecedores que, com a intervenção direta de alguns empregados públicos, obtiveram grande  lucro com a entrega de material imprestável à Cemig.

Foi apurado que a utilização do referido material na rede elétrica gerida pela Companhia,  apresentava riscos à qualidade, desempenho e segurança da prestação de serviços e dos  usuários, além de prejuízos financeiros.

As diligências realizadas nesta terça-feira visam a complementar as provas já produzidas, assim como aprofundar a hipótese de ocorrência de outros crimes contra a administração pública e financeiros, a partir da colheita de documentos, computadores, telefones celulares e  dispositivos eletrônicos pessoais dos envolvidos, medidas autorizadas pelo juízo da Vara de Inquéritos da Capital.

Também foram deferidas medidas de bloqueio e  indisponibilidade de bens dos envolvidos, da ordem de R$ 132.261.429,20 à Unidade de Combate ao Crime e à Corrupção (UCC), com o intuito de garantir o futuro ressarcimento dos danos causados ao patrimônio da empresa pública e  aos consumidores e usuários do serviço.

Fonte: MPMG
Foto: Reprodução

 

 


Compartilhe essa reportagem: