A falta de pessoal em alguns setores da administração pública municipal de Divinópolis já reflete no atendimento ao cidadão. Esse é o caso principalmente do sistema de saúde, que sofre com as constantes denúncias, principalmente na Câmara Municipal, da falta de servidores, inclusive médicos.
A falta de servidores vem obrigando a Secretaria Municipal de Saúde (Semusa) a escalas constantes de horas extras, em muitos casos exigindo uma carga horária cansativa por períodos prolongados de vários servidores. “Boa parte dos servidores concorda com as horas extras, que permitem um reforço razoável nos salários, mas não é admissível que haja sobrecarga de trabalho, principalmente quando se trata do atendimento no sistema de saúde. Entendemos que horas extras pontuais são necessárias, mas essa situação não pode se tornar regra”, afirma o presidente do Sindicato dos Servidores Municipais de Divinópolis e Região Centro-Oeste (Sintram), Marco Aurélio Gomes.
Esse mês a Semusa se viu obrigada a escalar 613 servidores para a realização de horas extras, o que corresponde a 32,33% do efetivo da pasta. Boa parte desses servidores, segundo a justificativa, está destinada a campanha de vacinação contra a covid-19 e para atendimento de outras campanhas do Programa Nacional de Imunização. A extensão da jornada de trabalho é a única forma encontrada pela Semusa para garantir que haja servidores disponíveis para atender a população alvo.
Também foi necessária a extensão da carga horária de médicos, motoristas, enfermeiros, auxiliares de enfermagem, agentes de saúde e até do pessoal da limpeza. O maior número ode servidores em horas extras são enfermeiros e técnicos de enfermagem, que garantem o atendimento à alta procura nas unidades de saúde.
“Essa situação, que muitas vezes é do desconhecimento da população, é que nos leva a lutar por melhores salários para os servidores. São eles que estão na ponta do atendimento ao cidadão, são eles que garantem a qualidade do serviço público. Ainda assim, o que temos observado durante todo esse governo, é um desprezo enorme ao servidor, que não recebe tratamento digno como todo trabalhador deve receber. Os salários dos nossos servidores, de todas as categorias, vêm se achatando ao longo dos anos, e esse governo, a exemplo dos anteriores, ignora que sem o servidor não é possível haver serviço público”, lembra Marco Aurélio Gomes.
De acordo com o Portal Transparência, a Semusa contabiliza 1.896 servidores, dos quais 1.809 estão em atividades. Outros 87 estão afastados, sendo 53 de licença e 34 por motivos médicos.
Reportagem: Jotha Lee
Comunicação Sintram