Estudo da Universidade de São Paulo indica causas dos 29 tremores de terra sentidos em Divinópolis

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A Prefeitura de Divinópolis informou, em nota, que o Centro de Sismologia da USP divulgou na última terça-feira (19) um informe atualizado dos resultados preliminares dos estudos sobre os tremores de terra sentidos em Divinópolis, no período de 10 a 19 de desse mês.

Durante este período ocorreram 29 tremores de terra em Divinópolis que foram localizados pelas estações da Rede Sismográfica Brasileira e da Rede Sismográfica da Vale no Quadrilátero Ferrífero. As magnitudes variaram entre de 3,0, registrado no dia 10 de janeiro, a 1,6, na escala Richter. Os epicentros dos abalos estão próximos do bairro Candidés, localizado na região Nordeste da cidade, onde o tremor foi mais sentido.

As máximas intensidades foram IV a V na escala Mercalli Modificada, correspondendo a barulho de portas e janelas, e queda de alguns objetos, por exemplo, sem danos comprovados. Graças ao pedido da Prefeitura de Divinópolis para a população informar ao Centro de Sismologia da USP sobre os abalos sentidos, mais de 500 relatos da população foram enviados ao Centro de Sismologia da USP, o que permitiu melhor estimar a localização do epicentro.

De acordo com os especialistas, esses tremores ocorreram numa região de Minas Gerais, em torno de Belo Horizonte, com um longo histórico de sismos no passado. “Não há razão para acreditar que não se trate de atividade sísmica natural, sem relação com atividade exploratória de pedreiras, ou com enchimento rápido do reservatório de Gafanhoto. Possível relação com chuvas intensas no último mês é pouco provável e muito difícil de comprovar”, diz o documento.

O padrão de tremores ocorrendo durante vários dias, chamado de “enxame” de sismos, não é incomum. Sismos de magnitude 3,0 são bastante comuns no Brasil e em Minas Gerais. O estado já presenciou sismos de magnitudes bem maiores, como os de São Francisco de 1931 e o de Itacarambi de 2007, no norte do estado, ambos com magnitudes 4,9 e intensidades máximas de VI e VII MM (trincas e rachaduras em paredes).

Por fim, o documento conclui que “essa série de tremores em Divinópolis parece fazer parte de uma zona de sismos mais frequentes que inclui o Quadrilátero Ferrífero. Sismos naturais são totalmente imprevisíveis e não é possível saber até quando a atividade continuará, se as magnitudes vão diminuir ou se vão aumentar”.

Clique aqui e veja o estudo completo da USPS

Com informações da Diretoria de Comunicação/PMD
Foto: Os tremores foram sentidos com mais intensidade na Região do Centro Industrial. Moradores da Rua Yara, no bairro Icaraí, relataram ocorrência dos abalos (Crédito: divinopolis.mg.gov.br)

 

 

 


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