Estudantes da Escola Antonieta Fonseca entregam volumosa carga de donativos para o Rio Grande do Sul

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Doações vão acompanhadas de cartas à população gaúcha atingida pelas enchentes

Junto com as doações segue uma caixa contendo cartas dos estudantes à população gaúcha (Foto: Jotha Lee/Sintram)

A campanha de arrecadação de donativos para o Rio Grande do Sul idealizada pelo Sindicato dos Trabalhadores Municipais de Divinópolis e Região Centro-Oeste (Sintram) recebeu na tarde desta quarta-feira (5) uma doação especial. A ajuda veio dos alunos do 6º ao 9º ano da Escola Municipal Antonieta Fonseca, localizada em uma das regiões mais carentes da cidade. Nos últimos dias, a garotada arregaçou as mangas em busca das doações e nesta quarta-feira foi entregue na sede do Sintram uma volumosa quantidade de produtos, que lotou uma caminhonete. Roupas, principalmente agasalhos, e produtos não perecíveis, compõem a maior parte da doação.

Parte das doações enviadas pelos estudantes foi acondicionada no auditório do Sintram (Foto: Jotha Lee/Sintram)

As doações vieram acompanhadas de cartinhas escritas pelos estudantes endereçadas ao povo gaúcho. As cartas são uma forma encontrada pelos jovens para abraçar a população do Rio Grande do Sul, como um conforto para momentos extremamente difíceis.

“O que nos deixa comovidos é que esta volumosa doação veio de uma das escolas mais distantes da região central da cidade, onde a maioria da população enfrenta dificuldades sem a presença do poder público e de jovens que se comoveram com a catástrofe no Sul do país. O Sintram agradece profundamente aos professores, diretores e principalmente a todos os estudantes da Escola Maria Antonieta. Obrigado a todos pelo gesto de generosidade e pela doação do tempo de cada um na campanha. Certamente alguém que precisa muito no Sul do país vai receber esses produtos. Parabéns a todos”, disse o presidente do Sintram, Marco Aurélio Gomes.

As doações serão agora encaminhadas aos Correios que cuidarão do transporte para o Rio Grande do Sul. A população do Estado foi atingida pelo maior desastre climático já observado no país, com destruição total de cidades, estradas e agricultura.

De acordo com o último boletim da Defesa Civil do Rio Grande do Sul, já foram confirmadas 172 mortes provocadas pela tragédia. O boletim informa que 476 municípios foram atingidos e 30.442 pessoas continuam morando em abrigados, enquanto 572.781 estão desalojadas. A chuva atingiu a 2,3 milhões de pessoas, foram 806 feridos e 41 pessoas continuam desaparecidas.

ESCOLA ANTÔNIA FONSECA

A Escola Municipal Antonieta Fonseca iniciou suas atividades em 2002, no Bairro Terra Azul, em uma pequena residência alugada. Hoje, com prédio próprio inaugurado em junho de 2003, a Escola está no Bairro Quinta das Palmeiras e recebe estudantes dos bairros Terra Azul, Quinta das Palmeiras, Costa Azul e Maria Peçanha. Antes da Escola Antônia Fonseca, os estudantes daquela região eram encaminhados para as Escolas Benjamim Constant e Professor Bahia.

A escola oferece aos alunos ensino de qualidade desde a creche até o 9º ano do ensino fundamental e é comprometida com o desenvolvimento integral dos estudantes. Apesar das dificuldades, a escola desenvolve projetos, parcerias e oficinas, a fim de efetivar uma prática democrática, inclusiva e solidária. A grande doação captada pelos estudantes para o Rio Grande do Sul é o resultado dessa educação solidária e inclusiva.

ESFORÇO

O trabalho de professores e diretores exige um esforço ainda maior em razão da localização da escola em uma região carente, que também é atingida pela violência pela falta de segurança que deveria ser garantida pelo poder público. Em 2016, por exemplo, uma onda de vandalismo atingiu a escola, exigindo a interferência do Sindicato dos Trabalhadores do Ensino Municipal, já que o poder público fez vistas grossas aos riscos enfrentados por professores e estudantes. Até 2016, já haviam sido registrados 17 boletins de ocorrência e, ainda assim, a Secretaria Municipal de Educação não havia tomado nenhuma providência.

A luta de professores, diretores e comunidade conseguiu minimizar os problemas da escola e hoje os estudantes mostram toda a consciência solidária e de preservação da instituição escolar. O poder público, como sempre, continua ausente e a escola só consegue oferecer educação de qualidade pelos esforço do seu corpo docente, discente e dos servidores municipais.

Nesta quarta-feira o Portal do Sintram tentou contatos com a Secretaria Municipal de Educação (Semed) para ampliar as informações sobre a realidade da Escola, porém o telefone da pasta não atendeu aos vários chamados feitos entre 10h30 e 11h30. O número de telefone da Escola Maria Antonieta disponível no site da Prefeitura não existe, segundo informa a operadora de telefonia. 

Reportagem: Jotha Lee
Comunicação Sintram


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