Em Divinópolis, Zema protagoniza mais um capítulo da novela do Hospital Regional e comete gafe sobre Adélia Prado

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Depois de 10 anos ao lado dos Tucanos prometendo terminar o Hospital, Domingos Sávio agora se junta a Zema para renovar a promessa (Foto: Diretoria de Comunicação/PMD)

O governador Romeu Zema (Novo), que no seu primeiro mandato deixou Divinópolis à míngua, está tentando agora pagar a enorme dívida eleitoral que tem com a cidade. A dívida do governador com a cidade não é pequena, já que nas duas eleições que o conduziram ao governo do Estado, sua votação foi acachapante no município. Em 2018, ele obteve 73.514 votos em Divinópolis no primeiro turno, enquanto Antônio Anastasia, o segundo colocado teve apenas 15.147 votos. No segundo turno, Zema bateu 93.261 votos.  Já na eleição do ano passado, quando foi reeleito no primeiro turno, ele faturou 71.511 votos dos divinopolitanos.

Na última sexta-feira (10), Zema esteve em Divinópolis para assinar ordem de serviço para reinício das obras do hospital regional, paralisadas desde 2016. Acompanhado de figurinhas políticas carimbadas, que nos últimos anos vêm protagonizando promessas de término da obra, Zema garantiu que haverá recursos para a conclusão do prédio físico e a compra de equipamentos. Em 2010, quando o tucano Aécio Neves iniciou as obras, o prazo de entrega prometido era de três anos. Agora, a obra ainda levará mais três anos para ser concluída. Se a ordem de serviço assinada por Zema for cumprida, o hospital levará 15 anos para ser entregue.

Uma das figurinhas carimbadas na comitiva do governador foi o deputado federal Domingos Sávio (PL). Sávio, que era do PSDB, esteve presente nos palanques de Aécio Neves e Anastasia prometendo finalizar a obra e vem utilizando esse discurso eleitoreiro há mais de 10 anos.

O INÍCIO

As obras do Hospital Regional foram iniciadas em 2010, pela empreiteira Marco XX, uma das empresas que mais ganharam licitações em Divinópolis o período do governo tucano. A promessa de entrega era para 2013, posteriormente adiou-se para 2016, porém a obra foi paralisada nesse ano e nunca mais foi retomada.

Em 2010, a obra foi orçada em R$ 36 milhões. Posteriormente, assinou-se novo convênio, no valor de R$ 42 milhões, totalizando R$ 78 milhões. Para o término das obras, em 2019, seriam necessários mais R$ 35 milhões. Sem falar em números, o governo do Estado informou que os recursos para conclusão da obra, virão do termo de Medidas de Reparação assinado entre o governo do Estado e a Vale, em função da tragédia de Brumadinho.

O secretário de Estado da Saúde, Fábio Baccheretti, garantiu que os recursos estão garantidos. “Está garantido por uma resolução, de 2021, que o Governo do Estado pague por leito aberto para o SUS, tanto de enfermaria quanto de CTI. O hospital terá ainda recursos do Governo Federal e do município que é natural do SUS”, explicou. Informou, ainda, que o hospital será terceirizado e entregue a uma organização social. O modelo de administração é o mesmo da UPA Padre Roberto, que os divinopolitanos tão bem conhecem pelas trapalhadas que vêm sendo registradas desde que a Unidade de Pronto Atendimento foi entregue à Santa Casa de Formiga em 2014.

GAFE COM ADÉLIA

Ao receber o livro de Adélia Prado do apresentador Flaviano Cunha, Zema interrogou: “Ela trabalha aqui?” (Foto: Reprodução/Sistema MPA)

A visita de Zema também ficou marcada pela gafe cometida pelo governador com Adélia Prado.  A gafe aconteceu durante uma entrevista concedida pelo governador ao podcast Pauta Quente, do Sistema MPA, quando ganhou de presente da direção do grupo de comunicação a obra “Reunião de poesia (edição de bolso): 150 poemas selecionados“, uma coletânea de escritos feitos por Adélia.

Ao final da entrevista, o apresentador Flaviano Cunha entregou ao governador a obra de Adélia Prado. Antes de entregar a obra, o apresentar levantou a bola para Zema fazer o gol e já foi avisando que tratava-se de um presente da direção do Grupo MPA e a obra era da reconhecida Adélia Prada. “Ela é uma escritora muito famosa”, disse Flaviano Cunha, o que soou desnecessário, já que a escritora é nome mundial.

Porém, Zema mostrou que não conhece uma das maiores escritoras do Brasil. “Ela trabalha aqui? [no Sistema MPA], interrogou Zema. “Não, não, ela é uma escritora muito famosa e o livro é um presente da direção”, consertou o apresentador Flaviano Cunha.

NA ASSEMBLEIA

A deputada estadual Andréia de Jesus (PT) disse neste domingo (12) que pediu à Mesa Diretora da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) a convocação de uma reunião especial para homenagear a escritora Adélia Prado. A solicitação de Andréia para homenagear a escritora foi encaminhada ao presidente da Assembleia, Tadeu Martins Leite (MDB) e o objetivo é tentar consertar a trapalhada de Zema.

“Estamos juntas, Adélia! A revolução virá de nós, mulheres, sobretudo das mulheres pretas”, disse a petista, que nos últimos dois anos presidiu a Comissão de Direitos Humanos do Parlamento Mineiro.

Reportagem: Jotha Lee
Comunicação Sintram

 

 


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