População brasileira vai desembolsar mais de R$ 582 milhões em 2024 para bancar deputados federais
Ganhou força nas redes sociais nesse fim de semana, a proposta da deputada Erika Hilton (Psol/SP), de acabar com a jornada de escala 6X1 (seis dias trabalhado por um de descanso). A iniciativa da deputada precisa ser feita na forma de Proposta de Emenda à Constituição (PEC) e para isso precisará de um número mínimo de 171 assinaturas para ser levada a plenário. Até a manhã desta segunda-feira, apenas 90 deputados haviam assinado a proposta, portanto ainda faltam 81 assinaturas.
Diversos parlamentares já se declararam contra o fim da escala 6×1. É importante lembrar que os deputados federais trabalham na jornada 3×4 (três dias no Congresso e os demais em suas cidades ou visitando suas bases, tudo isso bancado com dinheiro público).
Enquanto os parlamentares resistem a assinar a PEC para acabar com a jornada 6×1, que é feita pela maioria dos trabalhadores do país, esse ano a Câmara vai gastar R$ 582,4 milhões (R$ 582.453.559,11) para bancar os 513 deputados.
Só em salários, cada deputado custará aos cofres da união em 2025 a bagatela de R$ 528.102,24. No ano, os 512 deputados receberão R$ 27,9 milhões só em salários. Além dos salários, cada um dos parlamentares ainda tem R$ 554.464.140,39 em verbas adicionais, como cota para manutenção da atividade parlamentar e verba de gabinete para pagar 23 assessores.
DOMINGOS SÁVIO
Para exemplificar o absurdo que custa cada deputado federal, a reportagem mostrará quanto o deputado federal Domingos Sávio, presidente do PL de Minas Gerais, custou aos cofres da União até o mês de outubro. Os gastos do deputado esse ano estão nessa reportagem, por se tratar do principal parlamentar de representação de Divinópolis e da região Central do Estado na Câmara Federal.
De janeiro a outubro, Domingos Sávio custou R$ 1.458.465,49 aos cofres públicos. Com salário mensal de R$ 44.008,52, o valor bruto para pagamento ao deputado dos seus proventos nos 10 primeiros meses do ano, atingiu a R$ R$ 528,1 mil.
Da cota para manutenção da atividade parlamentar, Sávio gastou até outubro R$ R$ 379.936,71. Os dois maiores gastos com essa verba foram direcionados para aluguel de veículos e para propaganda do mandato, com publicidades em sites e jornais. Para aluguel de veículos os gastos foram de R$ 114,4 mil, mais R$ 100,5 mil para propaganda do seu mandato. O deputado ainda gastou R$ 31,1 mil com combustíveis, R$ 37,3 mil com passagens aéreas e mais R$ 58,8 mil para manutenção de escritórios.
Da verba de gabinete, utilizada para pagar até 23 assessores, Domingos Sávio gastou até outubro R$ 638,4 mil. Ele tem 22 assessores, chamados de “secretários parlamentares”, cujos salários variam de R$ 1.492,60 e R$ 17.638,64. Domingos Sávio tem moradia gratuita em Brasília, já que ocupa um apartamento funcional. Encargos trabalhistas como 13º, férias e auxílio-alimentação dos assessores dos deputados não são cobertos pela verba de gabinete – são pagos com recursos da Câmara.
É importante destacar que os 513 deputados têm acesso a essa verba e dezenas já gastaram valores muito superiores aos gastos do gabinete de Domingos Sávio.
O deputado divinoplitano ainda não se posicionou se é a favor ou contra a PEC de redução da jornada de trabalho de 6X1. Entretanto, parlamentares do PL já se posicionaram contra, Eduardo Bolsonaro (PL), filho do ex-presidente Jair Bolsonaro.
Todas as informações desta reportagem estão no Portal Transparência da Câmara dos Deputados e podem ser acessadas aqui.
Reportagem: Jotha Lee
Comunicação Sintram