Print Júnior foi denunciado no MP pelo prefeito Gleidson Azevedo e diz que “vai pra cima”; Prefeitura divulga nota oficial

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Print Júnior e Kaboja: denunciados ao MP pelo prefeito (Foto/Montagem; Jotha Lee)

Conforme o Portal do Sintram noticiou em reportagem publicada no início da manhã desta quinta-feira (25), o Ministério Público deflagrou uma operação hoje em Divinópolis tendo como alvo o presidente da Câmara Municipal, Eduardo Print Júnior (PSDB), o vereador Rodrigo Kaboja (PSD) e sua assessora parlamentar Cássia de Souza Gontijo Amaral e os empresários Hamilton Antônio Oliveira (ex-Diredil), Eduardo Costa Amaral, Márcio  Domingues Júnior e Nicácio Diegues Júnior.

A Operação, denominada Gola Alva, que tem como referencial práticas criminosas não-violentas, com motivação financeira, envolvendo pessoas de status social e autoridades públicas, foi desencadeada para combater crimes de corrupção passiva e ativa. De acordo com o MP, os crimes estão no contexto de apresentação e aprovação de projetos de lei de mudanças alteração da Lei de Uso e Ocupação do Solo (Lei 2.418/1988) com o objetivo de altear o zoneamento urbano.

A LEI

Em 35 anos, a Lei de Uso e Ocupação do Solo foi modificada 326 vezes e quase 90% das alterações, todas destinadas a alterações de zoneamento urbano, foram feitas por projetos de vereadores. As alterações mudam áreas residenciais para comerciais e muitos projetos aprovados tiveram pareceres contrários da Comissão de Uso e Ocupação do Solo.

A primeira mudança no zoneamento urbano foi no dia 15 de maio de 1989, através da Lei 2.509, sancionada pelo então prefeito Galileu Machado.  A última modificação aconteceu no último dia 17, através da Lei 9.202, promulgada pelo vereador Eduardo Print Júnior, já que o prefeito Gleidson Azevedo se negou a sancioná-la. Essa lei transformou de Zona Residencial 2 para Zona de Uso Múltiplo a quadra de uma rua no Bairro São João de Deus.

 AFASTAMENTO

Print Júnior na Tribuna da Câmara na tarde desta quinta-feira: “Agora eu vou pra cima” (Foto: Reprodução/TV Câmara)

Em entrevista ao Portal do Sintram, Eduardo Print Júnior relatou que pouco depois das seis horas da manhã os agentes fizeram busca e apreensão em sua residência. Disse que a Operação foi fruto de uma notícia crime apresentada pelo prefeito Gleidson Azevedo ao Ministério Público. Relatou, ainda, que o prefeito gravou clandestinamente uma conversa com empresários, onde seu nome foi citado (ver entrevista abaixo).

Print Júnior disse ainda que vai acatar a decisão judicial de afastamento e que já entregou seu telefone para o MP. Afirmou, ainda, que vai abrir seu sigilo bancário. Já Rodrigo Kaboja e a Câmara Municipal ainda não se pronunciaram.

Eduardo Print Júnior ainda continua no cargo de presidente da Câmara, já que não foi notificado oficialmente de seu afastamento. Ele preside a reunião da Câmara na tarde desta quinta-feira (25) e foi o primeiro a vereador a usar a Tribuna Livre. Print Júnior relatou na Tribuna o constrangimento de acordar as seis horas da manhã com a Polícia Militar e o MP anunciando que seria feita uma busca em sua residência. Disse que não tinha nada a esconder, mas que foi constrangedor “colocar meus três filhos em um sofá” enquanto era feita uma busca pela Polícia.

Print Júnior disse, ainda, que o prefeito Gleidson Azevedo tem uma lista de vereadores que ele vai perseguir e que a denúncia contra ele é uma tentativa de tirá-lo da disputa da Prefeitura nas eleições do ano que vem. O presidente da Câmara disse ainda que a denúncia do prefeito foi vingança, pelo resultado da CPI da Educação. “Agora eu vou pra cima [do prefeito]”, disse Print Júnior.

(Aguarde mais informações sobre o pronunciamento de Print Júnior na Tribuna da Câmara).

Veja o vídeo com a entrevista completa concedida por Eduardo Print Júnior

 

NOTA OFICIAL DA PREFEITURA

Na tarde desta quinta-feira (25), a Prefeitura de Divinópolis  divulgou nota oficial através da Secretária de Governo, Janete Aparecida da Silva (PSC), sobre a operação realizada pelo Ministério Público. A nota não comenta a participação do prefeito Gleidson Azevedo na denúncia feita ao MP.

A nota,  de curto teor, afirma: “Trata-se de uma investigação sigilosa e a Prefeitura de Divinópolis não recebeu nenhum comunicado formal, tendo tomado conhecimento apenas pelos órgãos de imprensa da cidade. A Administração Municipal ressalta que os Poderes são independentes e que confia no trabalho tanto do Ministério Público quanto do Judiciário e aguardará os resultados da investigação”.

Reportagem Jotha Lee
Comunicação Sintram

 

 

 


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