
Na manhã desta quarta-feira (22), as polícias civis de Minas Gerais e de Goiás desencadearam a operação Falsa Frequência, com foco no combate aos crimes de fraudes eletrônicas e lavagem de dinheiro. Na ocasião, os policiais cumpriram mandados de prisão e de busca e apreensão, sendo ainda determinado o bloqueio judicial de 21 contas bancárias.
As ordens judiciais foram cumpridas nos municípios de Goiânia e Trindade, ambos em Goiás, oportunidade em que dois suspeitos foram presos, entre eles, um DJ e influenciador digital de 22 anos, apontado como líder do esquema criminoso. A outra detida é uma mulher, de 26 anos, possível articuladora das fraudes.
ESQUEMA CRIMINOSO
A ação é resultado de investigação da Polícia Civil mineira iniciada após o registro de um golpe, ocorrido em maio de 2022. Segundo a vítima, moradora de São Sebastião do Paraíso, no Sul de Minas, ela teria sido induzida a transferir mais de R$ 4 mil a criminosos, acreditando estar em contato com sua irmã por meio de um aplicativo de mensagens.
Por meio de levantamentos, policiais civis mineiros identificaram que os valores foram destinados à conta de uma mulher de 28 anos, residente em Trindade. A suspeita foi presa em flagrante e confessou ter emprestado sua conta bancária em troca de 10% do valor de cada golpe aplicado. A partir dessa prisão, outros envolvidos foram identificados, resultando na desarticulação de um esquema interestadual de estelionato eletrônico.
“A operação Falsa Frequência é uma resposta da Polícia Civil de Minas Gerais ao avanço das fraudes eletrônicas e demonstra a eficiência da investigação financeira e da cooperação interestadual entre as polícias judiciárias de Minas e Goiás”, destacou o delegado, Rafael Gomes.
MODO DE AGIR
Levantamentos da Polícia Civil apontam que o DJ investigado utilizava um perfil em rede social, com mais de 20 mil seguidores, para recrutar pessoas interessadas em ceder contas bancárias utilizadas para o recebimento dos valores ilícitos, mediante pagamento de comissões.
Ainda segundo a Polícia, o suspeito também promovia rifas virtuais ilegais, oferecendo prêmios em dinheiro e bens de alto valor, prática enquadrada como contravenção penal de jogo de azar.
Já a mulher de 26 anos atuava na logística do grupo, sendo responsável por recolher o dinheiro sacado pelos intermediários e repassá-lo aos líderes da associação. As investigações apontam que os valores obtidos eram distribuídos entre diversas contas bancárias, com o intuito de ocultar e dissimular a origem ilícita dos recursos, configurando lavagem de dinheiro.
“Esses indivíduos vão responder, provavelmente, por crimes de associação criminosa, estelionato qualificado pela fraude digital e lavagem de dinheiro, em razão de eles disseminarem esses valores em diversas contas, ocultando a origem ilícita”, contou o delegado.
Os suspeitos presos foram encaminhados ao sistema prisional de Goiás, e as investigações prosseguem com o objetivo de identificar outros integrantes da associação criminosa e possíveis vítimas, bem como rastrear os valores movimentados.
Com informações da Polícia Civil
