Divinópolis fica sem vacinas para Varicela e Covid-19 e não há perspectiva para a chegada dos imunizantes

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A exemplo das unidades de Saúde, na Farmácia Municipal também não há vacinas contra covid e varicela (Foto: Jotha Lee/Sintram)

Desde setembro desse ano, municípios de todo o país estão enfrentando falta de insumos essenciais para garantir a cobertura vacinal. Pesquisa da Confederação Nacional de Municípios (CNM) mostrou que seis em cada dez cidades passavam pelo problema há mais de 30 ou 90 dias. De acordo com o levantamento, feito com 2.415 municípios, foi registrada falta sobretudo do imunizante contra a Varicela, utilizada para fazer o reforço das crianças de 4 anos contra a catapora.

A vacina para proteger as crianças contra o vírus da Covid-19 foi a segunda mais em falta, seguida pela Meningocócica C, a qual protege as crianças contra bactéria que pode causar infecções graves e fatais, como a meningite.

A Associação Mineira de Municípios (AMM) também fez levantamento no Estado e registrou desabastecimento em todos os municípios pesquisados (211 das 853 cidades mineiras), pelo menos de algum imunizante.

Em Divinópolis, a Prefeitura informou que os estoques de vacina contra a Varicela e Covid-19 estão zerados. Os demais imunizantes que fazem parte da cobertura vacinal ainda estão disponíveis na rede municipal.

Ao Portal do Sintram, da diretora de Vigilância de Doenças Transmissíveis e Imunização da Secretaria de Estado de Saúde, Marcela Lencine Ferraz, disse que as vacinas contra Varicela e Covid-19 estão em falta em todo o Estado. Ela disse que a entrega da vacina contra Covid será regularizada ainda na primeira quinzena deste mês. Em relação a vacina contra Varicdela, a justificativa do governo federal é de obstáculos regulatórios e de fabricação enfrentados pelos fornecedores, com previsão de regularização do estoque para o primeiro semestre de 2025.

Segundo Marcela Ferraz, desde agosto de 2023 a entrega da vacina contra varicela tem sido irregular e a última remessa foi recebida em junho deste ano. Ressalvou que o Estado mantém um pequeno quantitativo de doses para uso em casos de surtos.

O promotor Luciano Moreira de Oliveira, coordenador do Centro de Apoio Operacional às Promotorias de Justiça de Defesa da Saúde (CAO-Saúde), disse que já tem conhecimento da irregularidade na entrega da vacina contra catapora. Disse que fará contatos com o Ministério Público Federal, para buscar a interlocução com o Ministério da Saúde e a solução da questão.

Luciano Oliveira admitiu que a cobertura vacinal no Brasil começou a apresentar declínio a partir de 2015. Ele relatou fatores como o relaxamento em função do sucesso das imunizações no Brasil, exemplo para o mundo; a falta de organização das gestões dos programas de vacinação; aumento do movimento antivacina e a disseminação de notícias faltas (fake news) contra os imunizantes.

Reportagem: Jotha Lee
Comunicação Sintram


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