
Nos primeiros meses do ano passado a região do Morro das Antenas, uma das áreas urbanas de preservação ambiental de Divinópolis, teve a vegetação praticamente destruída pelas queimadas criminosas que aconteceram em toda sua extensão. A região do Morro, que começa ainda no bairro Niterói e se estende até o Maria Helena, foi praticamente destruída. Essa situação se repte todos os anos e não há nenhuma iniciativa da Prefeitura para tentar reduzir esses ataques incendiários criminosos, que além de provocar imensuráveis e irreversíveis prejuízos ambientais, ainda causam danos e transtornos para a população.
A região do Morro das Antenas é usada como exemplo já que é uma das mais atingidas, porém em 2024 os focos de incêndio na área urbana e rural de Divinópolis superaram os anos anteriores.
A situação em 2025 já causa preocupações ao 10º Batalhão do Corpo de Bombeiros. A área urbana de Divinópolis ainda não enfrenta focos de incêndio, mas na região já há preocupações, inclusive com o aumento dos focos de incêndios florestais em relação ao ano passado.
Em nota oficial, o 10º Batalhão do Corpo de Bombeiros expressou sua preocupação com o crescimento dos incêndios florestais esse ano em sua na região de atuação, que abrange 58 municípios. Somente nos três primeiros meses do ano, foram registrados 229 incêndios florestais, um crescimento alarmante de 263,49% em relação ao mesmo período do ano passado , quando houve 63 ocorrências. “O aumento dos focos de incêndio chama ainda mais a atenção pelo fato de estarmos no período chuvoso, época em que, historicamente, os índices de queimadas costumam ser reduzidos”, afirma o Corpo de Bombeiros.
O levantamento de uma série histórica mostra uma tendência crescente nos últimos anos. Em 2023, foram registrados 43 incêndios florestais até março, enquanto em 2022 o número foi ainda menor, com 28 ocorrências no mesmo período. Segundo o Corpo de Bombeiros, o crescimento dos incêndios em mais de 160% nos primeiros três meses desse ano “levanta preocupações sobre as causas e impactos das queimadas, além de reforçar a necessidade de medidas preventivas”.
POSSÍVEIS CAUSAS E IMPACTOS
O Corpo de Bombeiros avalia que o aumento da temperatura média e intervenções humanas, como queimadas irregulares, podem estar impulsionando essa elevação nos casos de incêndios florestais. O baixo índice de chuvas regulares pode trazer curtos períodos de estiagem mesmo em meses tipicamente chuvosos, outro fator que também deve ser considerado.
Os impactos são diversos e vão desde a destruição da fauna e flora até problemas respiratórios na população devido à fumaça, além de danos à infraestrutura e ao abastecimento de água, já que os incêndios podem acelerar o processo de seca em nascentes e mananciais.
O 10º Batalhão de Bombeiros alerta para a importância da conscientização e da denúncia de queimadas irregulares. “O aumento expressivo dos incêndios em um período que deveria ser mais úmido acende um sinal de alerta. Precisamos que a população colabore, evitando um ano inteiro de queimadas e acionando os bombeiros ao perceber qualquer foco de incêndio”, destacou o comandante da 1ª Companhia Operacional, Capitão Antônio Vaz.
Além da fiscalização, campanhas educativas serão adiantadas pelos bombeiros para orientar moradores e produtores rurais sobre os riscos das queimadas. “Diante desse cenário preocupante, reforçamos a necessidade de um trabalho conjunto entre poder público e sociedade para conter o avanço dos incêndios florestais na região”, destacou o Corpo de Bombeiros em nota oficial.
Reportagem: Jotha Lee
Sintram Comunicação