Deputado divinopolitano critica aumento no salário mínimo concedido por Lula e ignora luta dos servidores municipais de sua cidade

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Eduardo Azevedo acha pouco aumento para o salário mínimo, mas ignora a luta dos servidores municipais de sua cidade pela recomposição salarial (Foto: Guilherme Dardanhan/ALMG)

O deputado estadual Eduardo Azevedo (PSC), que está no seu primeiro mandato na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), decidiu partir para o ataque contra o presidente Lula. Em pronunciamento na tarde desta quinta-feira (17) o deputado divinoplitano saiu em defesa do governador Romeu Zema (Novo), embora no primeiro mandato o governo estadual tenha ignorado Divinópolis. Segundo ele, “Zema conseguiu reparar a destruição que o governo anterior promoveu”.

Por fim, Azevedo atacou o aumento anunciado pelo presidente Lula para o salário mínimo. Ele considerou que conceder um aumento de apenas R$ 18 no salário mínimo “é dar um tapa na cara do trabalhador”.  O bolsonarista Eduardo Azevedo se esqueceu que o salário mínimo de R$ 1.302, que está em vigor desde o dia 1º de Janeiro, é herança de Jair Bolsonaro, que concedeu apenas o índice inflacionário de 5,93% como revisão. O presidente Lula, dentro das possibilidades do governo, apenas acrescentou mais R$ 18, com o intuito de recuperar gradativamente o poder de compra do salário mínimo, como prometeu em campanha.

SERVIDORES MUNICIPAIS

Enquanto mostra tamanha preocupação com o salário mínimo, Eduardo Azevedo ignora a luta dos servidores municipais de sua cidade, que desde o início da gestão de seu irmão, o prefeito Gleidson Azevedo (PSC), vêm sofrendo com uma administração autoritária, que admite assédio moral, e ignora direitos garantidos por lei. Os servidores municipais estão lutando pela recuperação de seus salários, achatados ao longo dos últimos anos, com perdas consideráveis no poder de compra.

Ao contrário de cumprir promessas de campanha, Gleidson Azevedo ignora a situação do servidor e ainda descumpre a Lei do Gatilho, como ocorreu em 2021, quando deixou de dar a revisão da inflação de 5,03%. Em 2022, quando a inflação disparou no governo Bolsonaro, o prefeito concedeu a recomposição inflacionária (9,63%), porém fatiou a revisão em três vezes. Agora, em 2023, a administração Gleidson  Azevedo já sinalizou que não há boa vontade em atender nenhum dos itens da pauta de reivindicações da campanha salarial dos servidores.

A exemplo de Eduardo Azevedo, o outro irmão integrante do clã, agora senador Cleitinho Azevedo, se mantém distante do assunto. É interessante lembrar que em 2021, ao ser procurado pelo Sintram, Cleitinho disse que romperia politicamente com o irmão prefeito, se a revisão não fosse concedida. Não houve revisão, não houve rompimento e, agora em Brasília, a grande preocupação do senador são os golpistas presos pela invasão dos Três Poderes no dia 8 de janeiro, enquanto os servidores municipais de sua cidade continuam ignorados.

Reportagem: Jotha Lee
Comunicação Sintram

 

 


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