Covid-19: De acordo com decreto, férias coletivas dos servidores de Divinópolis terminam amanhã (23)

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Sintram cobra manutenção do afastamento de grupo de risco, jornada flexível e Epis a todos os servidores

Por determinação do Decreto 13.738/2020 os servidores municipais de Divinópolis,  não  ligados às atividades essenciais,  estão em férias coletivas desde o dia 25 de março.  Considerando a publicação, o retorno ao trabalho está previsto para a próxima sexta-feira (24/04). A diretoria do Sintram, que oficiou  à administração no início da pandemia do Covid-19, pedindo o afastamento dos servidores do grupo de risco e jornadas flexíveis aos demais servidores, aguarda novo decreto da Prefeitura  antes deste retorno previsto para sexta-feira.

A presidente do Sintram, Luciana Santos, fala da importância de manter grupo de risco afastado,  instituir  jornada flexível e viabilizar a entrega de Epis a todos os servidores

O presidente do Sintram,  Luciana Santos, ressalta que é preciso manter o afastamento do grupo de risco, instituir jornadas flexibilizadas e manter o office-home, nos casos em que é possível executar o trabalho à distância, além de garantir o fornecimento de  máscaras e produtos para higienização das mãos nos locais de trabalho (álcool gel, sabonetes, toalhas descartáveis, etc). “Pela previsão dos profissionais da saúde, que vemos todos os dias, é que ainda não chegamos ao pico da pandemia, então a Prefeitura deve avaliar com toda cautela esse retorno e oferecer condições adequadas aos servidores. São várias denúncias, que tivemos neste período, de servidores que estão em exercício, como máscaras insuficientes, falta de produtos para higienização das mãos.  O Sintram está vigilante e cobrando  da administração providências,  inclusive o MP já está também questionando quais medidas a Prefeitura está fazendo para garantir a saúde dos nossos servidores”, disse.

Em março, a presidente enviou  à Prefeitura de Divinópolis ofício endereçado ao Secretário de Saúde, Amarildo Souza, a secretária de Administração, Raquel Freitas, e ao procurador do município, Wendel Santos, cobrando medidas para proteção à saúde dos servidores, citando as recomendações da Nota Técnica 02/2020 do  Ministério Público do Trabalho. Além disso, foram enviados ofícios específicos  para a Secretária de Obras, Cláudia Machado, o secretário de Trânsito, Marcelo Augusto, e a diretora da Atenção Primária, Inês Alcione, já que houveram denúncias de falta de Epis nas respectivas pastas.

De acordo com a Nota Técnica do Ministério do Trabalho, são pertencentes ao grupo de risco do Covid-19: pessoas com 60 anos ou mais; gestantes, portadores de doenças crônicas e imunodeprimidos. O sindicato em oficio endereçado a Prefeitura além do afastamento do grupo de risco, pediu a instituição de jornadas flexibilizadas para evitar aglomerações nos locais de trabalho e o fornecimento de produtos para higienização das mãos (lavatórios com água e sabão, sanitizantes – álcool 70% ou outros adequados a atividade). “O pedido do sindicato continua sendo o mesmo, no sentido de garantir a saúde e segurança aos nossos servidores. A Prefeitura antes de sexta-feira terá que dar as diretrizes aos nossos servidores, que estão apreensivos, já que a pandemia não foi superada e de acordo com o último decreto tem essa previsão do retorno na sexta-feira. Caso a Prefeitura não cumpra o pedido do sindicato, iremos acionar o Ministério Público e a Justiça para que o direito à saúde de nossos servidores seja resguardado”, finalizou Luciana.

Previsão
Em vídeo divulgado pelo portal de notícias Divinews, na última segunda-feira (20/04) a médica infectologista, Dra. Rosângela Guedes, disse que é preciso cautela dos municípios antes do relaxamento das medidas de isolamento social para contenção da pandemia. Segundo ela o coeficiente de incidência é determinado pelo número de casos confirmados da doença, dividido pela população do município. Atualmente, o coeficiente nacional é de 13.41 casos para cada 100 mil habitantes. Em Divinópolis, até o 16 de abril haviam 45 casos confirmados, o que dá  um coeficiente de incidência de 18,08 casos para cada 100 mil habitantes. Ou seja, a cidade tem um coeficiente maior do que o nacional, o que a coloca em uma situação de alerta, ou quase emergência em saúde pública”

A infectologista cita que é preciso  que os gestores considerem a capacidade de atendimento do município. “O meu município tem leitos suficientes para atender a esses pacientes nas próximas semanas? Entende-se como leitos qualificados os que possuem respiradores, leitos com equipe médica qualificada, um responsável pelo atendimento intensivo, uma equipe bem constituída, e com EPI para segurança de todos os profissionais”, orientou a médica.

Rosângela disse que é preciso observar ainda a taxa de ocupação de UTI nas cidades.  “Quantos leitos eu tenho disponíveis para atender esses pacientes? Lembrando que as nossas UTIs não estarão disponíveis só para os pacientes com Covid. Eles estão e sempre estiveram ocupados com as outras doenças que vão continuar chegando. É preciso ter noção de tudo isso”, disse Rosângela.

Ainda na sua explanação, a médica cita que mesmo com as subnotificações é possível observar o crescimento exponencial da curva de contaminação pelo Covid-19 no cenário nacional “Se vocês observarem as curvas que são apresentadas pelo Ministério da Saúde, nós estamos observando um crescimento exponencial desses números. Então a cada 4 ou 5 dias estamos notando que dobramos o número de casos confirmados no país. Eu quero trazer isso para nossa realidade local, para Divinópolis. Se nós mantivermos o mesmo comportamento nacional de dobrar o número de casos a cada 4 ou 5 dias nós vamos encontrar a seguinte curva: Hoje, 16/4, 45 casos. E por aí vai para uma projeção de que no dia 14 teremos 5.760 casos de pessoas doentes em nosso município”, explicou.

A médica finalizou dizendo que é possível mudar essa previsão caprichando nas medidas de isolamento social, aumentando a oferta de leitos, ou seja, as cidades se preparando melhor. “O que eu quero dizer com isso, é se no dia 14 de maio chegarmos a uma projeção de 5.760 doentes em nosso município. Considerando que 5% vão para a terapia intensiva, nós vamos precisar de 288 leitos de CTI. E qual é o problema? A nossa cidade hoje tem em torno de 90 leitos de UTI com uma possibilidade de crescer mais 50 leitos. Então o nosso número de ofertas de UTI estará muito aquém da nossa necessidade. São todas essas observações que os gestores precisam fazer para decidir se podemos ou não relaxar nas medidas confinamento social”, disse.

Confira vídeo completo:

 

 

Reportagem: Flávia Brandão
Comunicação Sintram


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