A Prefeitura de Divinópolis está lidando com um incidente grave ocorrido no Hospital São João de Deus nesta terça-feira (22). O corpo da ex-servidora da Empresa Municipal de Obras Públicas (Emop), Júnia Máximo, que faleceu aos 56 anos na última terça-feira (21) vítima da covid-19, foi trocado e enviado para Conceição do Pará. Em nota oficial, a Prefeitura informou que na manhã de terça-feira, o Serviço Municipal do Luto foi acionado pela família para realizar o sepultamento. Por volta das 9h40, uma unidade do Serviço do Luto se dirigiu ao Complexo de Saúde São João de Deus (CSSJD), com a finalidade de realizar os trâmites.
Segundo a Prefeitura, assim que os agentes do Serviço do Luto chegaram ao local, o Hospital pediu aos agentes que aguardassem, pois funcionários da unidade hospitalar estavam com dificuldades para localizar o corpo. “Em razão da demora e diante de outras demandas, os agentes do Serviço de Luto dirigiram-se a outro hospital, para translado de outro corpo para fins de sepultamento, informando aos funcionários do Complexo de Saúde São João de Deus que logo que o corpo fosse localizado iriam voltar para realizar o translado e sepultamento”, diz a nota da Prefeitura.
Já no período da tarde da terça-feira, após ser acionada pelo Serviço de Luto e também por familiares de Júnia Máximo, a vice-prefeita de Divinópolis, Janete Aparecida, imediatamente se dirigiu ao Complexo de Saúde São João de Deus, acompanhada do Assessor Especial do Gabinete, Fernando Henrique, e do Secretário Municipal de Serviços Urbanos, Gustavo Mendes (responsável pelo Serviço Municipal do Luto).
Após uma apuração preliminar, Janete, Gustavo e o Gerente do Serviço Municipal do Luto fizeram contato com responsáveis pelo serviço funerário da cidade de Pitangui e constataram que o corpo de Júnia Máximo “foi levado pela funerária daquela cidade e lá foi, erroneamente, sepultado”. Porém, essa informação foi ratificada mais tarde, uma vez que na verdade o corpo havia sido enviado para a comunidade de Santana do Prata, no município de Conceição do Pará, de onde foi removido pela família no início da noite para o sepultamento em Divinópolis. A direção do Complexo de Saúde São João de Deus admitiu o erro e prometeu punir os culpados.
MUDANÇA NAS REGRAS
O grave incidente verificado no Hospital São João de Deus fez com que o prefeito Gleidson Azevedo promovesse uma alteração no Decreto 14.397/2021, que definiu as regras de sepultamentos na cidade de vítimas da covid-19. As alterações foram publicadas na edição desta quarta-feira (23) do Diário Oficial dos Municípios, e determinam que toda pessoa que falecer em decorrência do Covid-19 seja sepultada apenas “mediante prévio reconhecimento por um familiar ou, na falta deste, de pessoa autorizada, com as apresentações e cuidados necessários”.
“A Prefeitura de Divinópolis lamenta profundamente a morte da ex-assessora parlamentar e ex-funcionária da Empresa Municipal de Obras (Emop), Júnia Máximo. Conhecida pela liderança participativa no segmento feminino e importante participação na estruturação do movimento comunitário em Divinópolis, com participação ativa na defesa dos moradores dos bairros”, destacou a nota oficial da Prefeitura.
Júnia Máximo ocupou a Presidência da Federação das Associações de Moradores, Bairros e Conselhos Comunitários Regionais de Divinópolis (Fambaccord) e do Conselho Municipal de Segurança.
NOTA DE REPÚDIO
Ainda nesta terça-feira, a Câmara Municipal emitiu uma Moção de Repúdio assinada por todos os vereadores ao Complexo de Saúde São João de Deus, ao que considerou uma “negligência na remoção do corpo da Senhora Júnia Máximo, falecida nesta madrugada”.
Segundo a Diretoria de Comunicação da Câmara, “a Moção de Repúdio 03/2021, foi emitida pelo vereador Ney Burguer e assinada por todos os parlamentares, pela indignação quanto ao serviço prestado pelo Hospital São João de Deus, na remoção do corpo de Júnia Máximo, vítima da Covid-19, que veio a óbito neste dia 22/06/2021”.
De acordo com a moção, “a Sra. Júnia estava internada no referido hospital, fazendo tratamento contra a Covid-19, vindo a óbito. Junto com ela havia outro corpo, que não cabe aqui identificar, que também estava aguardando a remoção, e seria levado para a cidade de Pitangui”.
“Acontece que, por negligência e falta de respeito com a família por parte do setor responsável, os corpos foram trocados, sendo levado para aquela cidade o corpo de nossa querida Júnia, pessoa conhecida por todos em Divinópolis, e que já foi funcionária desta casa”, diz a nota.
Reportagem: Jotha Lee
Comunicação Sintram