Conselho diz que mudança da Secretaria de Saúde para o Centro Administrativo causou prejuízos à vacinação contra a covid-19

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O presidente do Conselho Municipal de Saúde (CMS) de Divinópolis, Warlon Carlos Elias, criticou duramente a mudança da sede da Secretaria Municipal de Saúde (Semusa) para o Centro Administrativo. As críticas foram feitas na Tribuna Livre, durante reunião da Câmara Municipal de Divinópolis ocorrida nesta terça-feira (16). “Temos um processo de vacinação que teve muita pressa em realizar uma imagem da primeira divinopolitana sendo vacinada e, na sequência a Secretaria priorizou uma mudança em tempos de pandemia”, disse o presidente do CMS, que também criticou a censura imposta ao Comitê de Enfrentamento à covid-19. “Temos um Comitê que impede seus participantes de se manifestarem publicamente, utilizando-se de um ‘termo de confidencialidade’ e não encaminha, sequer, as atas ao Conselho Municipal de Saúde”, denunciou.

Em vistoria no dia 2 de fevereiro, o Sintram flagrou servidores “amontoados” em minúsculas salas improvisadas

O presidente do CMS questionou a organização da vacinação na cidade. “Foi citado nessa Casa [Câmara] que, de acordo com o vacinômetro, teve um dia que as equipes vacinaram [apenas] sete pessoas”.

Warlon Carlos Elias questionou, ainda, a suposta economia aos cofres públicos com a mudança da Semusa para o Centro Administrativo. “A mudança que se fazia justificar em nome de uma economia inferior a R$ 20 mil, pode ter gerado um custo muito superior com vale transporte adicional para 116 funcionários realocados”, assegurou. O presidente do Conselho de Saúde questionou também as condições de segurança para os servidores, argumentando que a mudança gerou aglomerações, não respeitando as normas de distanciamento defendidas pelas autoridades de saúde. “Além disso [a mudança] gera aglomerações de funcionários em ambientes, uma vez que as salas podem não comportar o distanciamento, dificultando o atendimento ao cidadão”, afirmou. “Ademais, a Prefeitura não oferece EPI [Equipamento de Proteção Individual] aos servidores. Vale relatar que esses funcionários [da Semusa] recebem documentos de vários prédios da Saúde, que atendem a casos de covid-19, e que podem proliferar a contaminação através de funcionários que circulam por áreas comuns do prédio”, acrescentou.

“Infelizmente, suspeito que a mudança [de endereço] da Semusa não foi em momento oportuno, ocasionando prejuízos à vacinação. Uma coisa é uma manifestação no sentido de furar uma fila, outra é exigir transparência e otimização do processo”, afirmou Warlon Carlos.

Mesas não respeitam o distanciamento para reduzir riscos de contágio pela covid-19

SINTRAM

A Semusa iniciou o processo de mudança de endereço no dia 1º desse mês. Os 116 funcionários foram instalados no terceiro e quarto andares do Centro Administrativo, porém o espaço foi insuficiente e parte da Vigilância Sanitária teve que ser instalada na garagem. Na ocasião, a Prefeitura disse em nota oficial que a mudança da Semusa faz parte das ações visando “economia para os cofres públicos, transparência e eficiência no trato com o dinheiro público”.

As consequências negativas da mudança da Semusa para o Centro Administrativo manifestadas pelo presidente do Conselho Municipal de Saúde na Tribuna da Câmara, já haviam sido constatadas pelo Sindicato dos Trabalhadores Municipais de Divinópolis e Região Centro-Oeste (Sintram). Foram dezenas de denúncias formuladas por servidores, a maioria informando sobre a falta de espaço, as aglomerações inevitáveis e desobediência ao distanciamento, já que as mesas de trabalho foram instaladas coladas umas às outras por falta de espaço.

Um dia após a mudança de endereço da Semusa, o Sintram realizou uma vistoria no Centro Administrativo. Participaram da vistoria a presidente do Sindicato, Luciana Santos, o vice-presidente Wellington Silva, e a diretora Geise Silva. Os sindicalistas constataram situações preocupantes, como por exemplo falta de espaço entre mesas de trabalho, servidores de setores diferente alojados em espaço único, além do autoritarismo e truculência de chefes, que durante toda a visita impediram os servidores prejudicados de dar informações aos diretores do Sintram. Além do desrespeito às normas de segurança contra a covid-19, os sindicalistas também observaram que o espaço reduzido traria prejuízos ao bom desempenho profissional, conforme se manifestou ontem na Tribuna da Câmara o presidente do Conselho Municipal de Saúde.

De acordo com a presidente do Sintram, Luciana Santos, a manifestação do presidente do Conselho Municipal de Saúde na Tribuna Livre da Câmara confirma o que o sindicato já havia constatado. “A posição firme do Conselho de Saúde contra a mudança da Semusa, feita sem um planejamento adequado, comprova a seriedade e gravidade da denúncia do Sintram ao trazer a público as condições de trabalho inadequadas que colocam em risco a saúde dos servidores, como também reforça que a economia anunciada pelo Executivo não terá nenhum efeito prático. O sindicato já está encaminhando providências, uma vez que está claro o desrespeito às condições básicas de trabalho a ser ofertadas  aos nossos servidores e o desrespeito às normas de prevenção à covid-19, expondo a categoria ao contágio”, afirmou a presidente.

Reportagem: Jotha Lee
Comunicação Sintram

 

 


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